O que os brasileiros podem aprender com as ciclovias de Nova York?

Matéria da Globonews acerta ao mostrar benefícios que a rede cicloviária trouxe para a cidade americana. Um exemplo: os comerciantes saíram ganhando

Notícias
 

Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Du Dias/Mobilize Brasil  |  Postado em: 28 de novembro de 2014

Melhora o comércio e a mobilidade

Ciclovias melhoraram o comércio e a mobilidade

créditos: Reprodução/Blog To


Ciclovias e bicicletas vêm sendo consideradas por arquitetos e urbanistas como parte da solução dos problemas de mobilidade urbana, democratização do transporte e melhoria na saúde da população das metrópoles. Assim mesmo, estas mudanças sofrem rejeição de importante segmento destes centros: os comerciantes. Temerosos pelos possíveis prejuízos que as novas estruturas podem trazer, grupos de lojistas em São Paulo se articulam para impedir mudanças, mesmo sem saber que poderiam lucrar com elas.

 

Para entender as transformações causadas pela recente implementação de uma ampla rede cicloviária e da ampliação do serviço de compartilhamento de bicicletas em Nova York, o repórter da emissora brasileira GloboNews entrevistou a ex-secretária municipal de transportes da cidade, Janette Sadik-Khan. Ela explica que pautou as reformas em modelos observados em cidades europeias, como Copenhague e Amsterdã, e garante que a implementação das ciclovias aumentou o volume do comércio ao longo do seu curso.


O repórter brasileiro, que vive há 19 anos na cidade americana, afirma que esta foi a maior transformação que ele observou no perímetro urbano desde que chegou por lá. Segundo dados apresentados pela reportagem, houve um declínio de 35% no número de acidentes do total de usuários das vias, embora o número de ciclistas que usa diariamente a bicicleta venha dobrando ano a ano. Mais: em termos de negócios, houve um aumento de 49% das vendas no trecho onde foi instalada a primeira ciclovia protegida de Manhattan.
 

A ex-secretária apontou a criação do Citibike (sistema de bikes compartilhadas de NY) em 2013, que deve chegar a 12 mil bikes até 2017, como um dos principais incentivos ao uso da bicicleta. Parte do projeto de implementação das ciclovias também incluiu melhorar as vagas de estacionamento próximas ao comércio local e alterarções nos horários de carga e descarga. Vale lembrar que em Nova York os imóveis não contam com tantas garagens como em São Paulo e que foram reduzidas as faixas de rolamento para a criação das ciclovias, uma alteração possível na cidade americana.  

 

A cidade paulista também conta com um sistema de bicicletas compartilhadas, o Bike Sampa, que continua crescendo e já colocou muita gente pedalando: até o momento foram 875.000 viagens registradas pelo sistema. O acesso dos automóveis a vagas de estacionamento por aqui é amplo, mesmo em regiões centrais (com vagas subterrâneas em número muito maior em comparação à cidade americana). Se em Nova York o aumento dos negócios na primeira ciclovia protegida ficou evidente, em São Paulo também começam a surgir estabelecimentos “amigos da bicicleta”. A reportagem mostrou um café próximo a ciclovia que instalou paraciclos e atende a necessidades específicas dos ciclistas, vendo seu público aumentar significativamente.


Esses negócios amigos dos ciclistas devem se multiplicar a medida que o comércio brasileiro amadureça e entenda a demanda desse novo público.

Assista ao vídeo da GloboNews

 

Leia também:

São Paulo à frente de Nova York em qualidade de mobilidade urbana (!?) 

A culpa não é dos ciclistas 


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário