Malha cicloviária de Itanhaém, no litoral de São Paulo, é precária

Município tem a menor malha cicloviária da Baixada Santista. Relatos de acidentes são comuns entre os moradores

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Fonte: Diário do Litoral  |  Autor: Daniela Origuela  |  Postado em: 14 de setembro de 2015

Ciclovia é precária nos bairros mais distantes

A ciclovia é precária nos bairros mais distantes da orla

créditos: Luiz Torres/DL

 

O município de Itanhaém possui a menor malha cicloviária da Baixada Santista. Com 4.280 metros a Cidade tem um grande número de ciclistas que utiliza o meio de transporte para se locomover para escola e o trabalho. Se na praia, a recente pista construída para a circulação de bicicletas na orla enche os olhos, na periferia o pouco trecho existente apresenta sérios problemas. Relatos de acidentes são comuns entre os moradores.

 

“Quando chove a água fica empoçada e a ciclovia fica toda alagada. Já reclamamos com a Prefeitura, mas ninguém fez nada. Eles vêm e fecham os buracos da rua, mas não consertam a ciclovia. Já morreu gente lá na esquina e toda hora tem acidente”, disse Eduardo Andrade, que tem um comércio na Avenida José Batista Campos, no bairro Oásis, que possui 700 metros de ciclovia.

 

O comerciante disse que dois ciclistas já morreram na avenida. “Uma mulher foi atropelada logo cedo quando ia trabalhar e um homem morreu lá em frente ao mercado. Acidente acontece toda hora porque o pessoal precisa desviar da água e dos buracos”, afirmou Andrade.

 

A ciclovia da Avenida José Batista Campos fica próximo ao aeroporto de Itanhaém. O vai e vem de bicicletas é intenso. O pequeno trecho construído especificamente para a passagem do meio de transporte é precário e os ciclistas preferem utilizar a rua. “Muita gente anda de bicicleta porque os bairros ficam longe. Tem muito atropelamento”, disse Marcos de Jesus, de 22 anos, que passava de bicicleta pelo local. O bairro Oásis é o mais populoso do Município.

 

A Prefeitura de Itanhaém informou que realizará a manutenção e melhorias na ciclovia da Avenida José Batista de Campos assim que as condições climáticas melhorarem.

 

Na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, a Reportagem verificou a existência de um trecho de ciclofaixa no acostamento. O fluxo de ciclistas é grande e as placas ao longo da estrada alertam para a presença deles e de pedestres. Apesar de a pintura estar bem feita, a pista reservada para a passagem de bicicletas é muito estreita.

 

Projetos

Segundo dados da Prefeitura, de 2008 à 2012 foram construídos 1.300 metros de ciclovia - na Avenida José Batista Campos (700 metros), no Cibratel 1 (300 metros) e Guapura (300 metros). Em 2014, foram construídos mais 980 metros na Estrada Coronel Joaquim Branco. Boa parte do sistema na Cidade foi construído este ano, cerca de dois mil metros na orla da praia, no Centro.

 

A Administração Municipal informou que está buscando garantir recursos para projetos de implantação de ciclovias no Centro, Praia do Sonho e para a continuação da Estrada Coronel Joaquim Branco, entre outros locais.

 

Segundo Jessé Félix, presidente da Associação Brasileira de Ciclistas (ABC), a situação cicloviária de Itanhaém é a mesma encontrada nos municípios do litoral sul, onde boa parte dos ciclistas utilizam a bicicleta para se locomover para o trabalho. “No Litoral Sul, eles só pensam em ciclovia quando se trata de lazer. Esquece que muitos trabalhadores utilizam a rodovia (Padre Manoel da Nóbrega) para acessar outras cidades”.

 

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