TCE aponta falhas na manutenção dos trens do Metrô de SP

Relatório indica que quase 92 mil viagens deixaram de ser feitas em 2015. Companhia disse, em nota, que vai prestar todos os esclarecimentos

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Fonte: G1 São Paulo  |  Autor: G1 São Paulo  |  Postado em: 19 de maio de 2016

Movimentação de passageiros na Linha 1-Azul do Met

Movimentação de passageiros na Linha 1-Azul do Metrô

créditos: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo

 

Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou uma série de problemas na manutenção dos trens usados no Metrô de São Paulo. O documento concluiu que, por causa disso, houve um aumento no total de falhas do sistema.

 

Com dados do próprio Metrô, o tribunal concluiu que 91,8 mil viagens não foram feitas no ano passado. Assinado pelo conselheiro do TCE Antônio Roque Citadini, o relatório foi publicado nesta quarta-feira (18) no Diário Oficial. Em nota, o Metrô disse que vai prestar todos os esclarecimentos necessários ao TCE.

 

O relator aponta que, apesar de a companhia dizer que houve uma redução nas falhas de trens nos últimos três anos, foi constatado um aumento de 7% nas falhas do sistema, provocadas principalmente por problemas elétricos e de controle. Só na Linha 1-Azul as falhas cresceram 32% em 2015.

 

O relator do TCE disse que faltam mais de 300 peças no estoque de reposição dos trens. Ele questionou a prática do Metrô de retirar peças de trens novos parados para substituir aquelas que estão com defeito em trens em circulação.

 

O Metrô diz que isso não afeta a operação nem a garantia das peças do trem novo. O TCE quer provas documentais disso. Citadini deu prazo de 15 dias, a partir desta quarta, para que o Metrô responda aos questionamentos.

 

Outra preocupação é quanto aos repasses que o governo faz ao Metrô para bancar a gratuidade de usuários, como a dos estudantes. Nesse ano haverá uma redução de 25%, R$ 111 milhões a menos. O conselheiro diz que esse dinheiro a menos pode comprometer a qualidade do serviço.

 

Linha 4

Na semana passada, o governo de São Paulo protocolou informações sobre pagamentos relativos à Concessão da Linha 4-Amarela do Metrô, informou o TCE. O órgão havia dado até a quinta passada, dia 12, para que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) enviasse os dados.

 

Os pagamentos provocaram um prejuízo de R$ 332 milhões ao Metrô, por conta da diferença entre o que é pago à ViaQuatro, concessionária da linha 4-Amarela do sistema, e o que é arrecadado de tarifa.

 

O despacho do relator das contas do governo, conselheiro Sidney Beraldo, foi encaminhado à Secretaria de Governo de São Paulo e à Secretaria de Transportes Metropolitanos. Os documentos foram protocolados às 16h39 desta quinta.

 

Outro oficio, da conselheira Cristiana de Castro Moraes, foi enviado ao diretor do Metrô, Paulo Menezes Figueiredo, solicitando esclarecimento em dez dias sobre a operação financeira que envolve a Câmara de Compensação e os valores transferidos ao Consórcio da Linha 4, bem assim se esse procedimento causou prejuízos aos resultados da Companhia do Metrô.

 

A Secretaria de Transportes Metropolitanos e a Companhia do Metrô afirmaram que irão prestar todos os esclarecimentos necessários ao Tribunal de Contas do Estado. Segundo a secretaria, "o que ocorreu foi simples correção de um lançamento contábil equivocado pelo Metrô em seu Relatório de Administração".

 

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