O "homem livre" e sua aventura de bike ao redor do mundo

Danilo Perrotti saiu de BH em 2008 para um giro de três anos por 59 países, e registrou tudo em fotos e filme. Agora, conta ao Mobilize o que aprendeu nesta experiência

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha e Ricky Ribeiro/ Mobilize Brasil  |  Postado em: 06 de junho de 2016

Danilo mostra o livro Homem Livre, no encontro com

Danilo mostra o livro Homem Livre, no encontro com Ricky

créditos: Mobilize Brasil

 

De 2008 a 2011, o mineiro Danilo Perrotti Machado realizou o sonho de pedalar sozinho numa viagem ao redor do mundo. O jovem fotógrafo e administrador de empresas percorreu mais de 50 mil km, por 59 países, até retornar à sua cidade, Belo Horizonte. Resultado dessa aventura é o documentário “Homem Livre”, lançado no ano passado em festivais e este ano nas telas e em vídeo, e um livro que conta os desafios e o encontro que teve com povos e culturas por onde passou.   

 

Para falar desta grande cicloviagem, que durou três anos, três meses e três dias, Danilo Perrotti fez na semana passada uma visita ao diretor do Mobilize, Ricky Ribeiro que, mesmo sem falar (ele sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica) entrevistou o ciclista usando a tecnologia de voz artificial do computador.   

 

Durante sua longa jornada, Danilo diz que fatores como clima, educação, idioma e costumes da população influenciaram sobre as condições que encontrou para pedalar: "A Holanda, realmente o paraíso da bicicleta, e a Dinamarca também são lugares ideais para se locomover sobre pedais. Mas há outros cantos, dá para adivinhar, em que tive mais dificuldades, enfrentei estradas de terra, caminhos montanhosos e até falta de onde arranjar comida. Há muitos lugares em que a precariedade é enorme...", observa. 

 

Mas quanto à acolhida, o ciclista diz que em geral foi boa. Para ele, o mais importante é ter em conta e respeitar as diferenças. "Nos países pobres, com menos infraestrutura, notei que as pessoas eram mais abertas, logo me ofereciam uma cabana ou outro cantinho para me acomodar. No Nepal, por exemplo, mesmo não falando inglês, era convidado a dormir nas casas das pessoas, me ofereciam uma cama de palha...". Já nos países ricos, o sistema de hospedagem é mais organizado, acrescenta: "As pessoas esperam que você use os campings, os albergues. Quando não achava lugar para ficar, era nas praças, em locais assim, mas sem problemas".


Recepção curiosa ele recebia nas cidades de Bangladesh, um país muito pequeno e populoso: são 156 milhões de pessoas em um território do tamanho do Amapá, quase inteiramente rodeado pela Índia. "Em qualquer cidade que eu chegava sempre tinha muita gente e sempre se formava uma multidão ao meu redor. Mexiam na bicicleta, na bolsa, olhavam tudo com curiosidade. Eu me sentia como Pedro Álvares Cabral chegando ao Brasil", compara Danilo.

 

Ver o mundo

A bicicleta acompanha Danilo há muito tempo: "Aos doze, treze anos já colocava a bike no trem e ia para a natação; era meu meio de locomoção". Já a ideia da volta ao mundo só surgiu bem mais tarde, quando estava na Europa e decidiu conhecer de bicicleta alguns países. 

 

"Foi a primeira aventura; saí de Londres com pouco mais de 29 euros no bolso,  o básico para vestir, barraca e fogareiro no bagageiro... Percorri o norte da França rumo ao Caminho de Santiago (Espanha), e estiquei até Portugal e Marrocos". O desejo de ir mais longe bateu forte e pensei: "Quero viajar, ver o mundo usando a bicicleta como transporte". 


Veja um trailler do filme:

 

Foram oito meses planejando. No total, sua bike carregava 40 kg de bagagem (com a bicicleta, 60 kg), com o básico: barraca, sleeping bag, algumas roupas, um casaco de frio inclusive, câmera fotográfica, lentes, laptop, água e poucos víveres, coisas assim... Danilo conta que pedalava oito horas por dia, uma média de 100 km/dia. A bicicleta foi adaptada para ele, pensando na viagem. Mas ele aconselha: "Para viagens longas, o melhor na minha opinião é uma bicicleta simples. Porque se você estiver em um país muito pobre e quebrar, não vai achar nada, menos ainda um acessório muito específico".   

 

Danilo fez uma viagem solitária, o que não quer dizer que não recebeu algum suporte da família: ele diz que a mãe lhe deu um cartão de crédito, o pai mais o apoio psicológico e a Gisele (Gisele Mirabai, esposa do viajante, que dirigiu o documentário) o contato constante e a alegria do encontro uma vez na Índia, lembra o rapaz.   

 

Para saber mais sobre Danilo Perrotti e o filme Homem Livre, acesse o link do facebook.


 

 

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