Na abertura de seu Trabalho Final de Graduação (TFG) para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes, em Aracaju (SE) a estudante Cecília Santos Sales traz a seguinte citação:
“Quando o Palácio de Versalhes foi desenhado, Luis XIV da França insistiu que considerassem que quando fosse velho poderia acompanhar seus convidados através dos amplos salões e jardins. O arquiteto de Luis XIV considerou isso uma excentricidade” (FIGINI, 2006, p.VI).
A frase aponta para os objetivos da proposta de pesquisa de Sales: um anteprojeto arquitetônico que propõe a inserção de acessibilidade urbana e mobiliário universal voltado para o público infantil no Bairro Santa Maria, em Aracaju (SE), destinado principalmente às crianças com deficiência.
Trata-se de conceber um espaço que proporcione diversão às crianças, e onde elas possam desenvolver sua capacidade de aprendizagem de forma lúdica e interativa, além de fortalecer as funções motoras e cognitivas.
O trabalho salienta a importância da convivência e da brincadeira na inclusão e no não preconceito. Para acessar o mundo infantil, o lúdico associado à reabilitação seria um instrumento indispensável ao desenvolvimento da vida da criança e de seus responsáveis. Segundo o texto:
"Independente da época, cultura e classe social, a brincadeira faz parte do cotidiano infantil e os espaços concebidos para a brincadeira e destinados ao público infantil devem estimular a autossuficiência através dos equipamentos de fácil acesso e manuseio, além de oferecer conforto, segurança e uma variedade de atrativos, com mobiliários e materiais adaptados para o uso infantil."
Desta forma, além do aprofundamento sobre os diversos tipos de brinquedos e investigar como estes influenciam a interação, manuseio e aprendizagem, buscou-se entender, por meio de oficinas de desenho e de entrevistas, o que as crianças com deficiência e seus pais apreciam e desejam.
Nesta pesquisa, realizou-se também um levantamento na cidade de Aracaju das praças que dispõem de parque infantil, observando-se aí a carência de espaços adequados para crianças com deficiência, e onde seja possível conviver, brincar, aprender e reabilitar com auxílio do lúdico.