Metrô SP estuda solução para impasse na Linha 17-Ouro

Negociações envolvem Governo de São Paulo, empreiteiras e a Scomi, fabricante das composições. Prazo termina neste mês

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Fonte: Revista Ferroviária  |  Autor: Revista Ferroviária  |  Postado em: 21 de novembro de 2018

Linha 17 Ouro: imbróglio e obras paradas

Linha 17 Ouro: imbróglio e obras paradas

créditos: Divulgação

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) deu o prazo até final de novembro para reavaliar cronogramas e solucionar o impasse que envolve as obras e a entrega dos trens (monotrilho) da Linha 17-Ouro, na zona sul da capital paulista. A companhia e o consórcio Monotrilho Integração, formado pelas empresas CR Almeida, Andrade Gutierrez, Scomi e MPE – responsáveis pela implementação da via, portas de plataformas, sistemas de sinalização, material rodante e CCO do trecho que vai das estações Jardim Aeroporto a Morumbi – vem travando batalhas na Justiça desde 2014. O último capítulo dessa história aconteceu na semana passada, com a informação de que a Scomi teria ameaçado deixar o consórcio. 

 

A fabricante de trens da Malásia, que assinou contrato com o Metrô de São Paulo, em 2013, para a produção de 14 composições de cinco carros, não entregou nenhuma até agora. Questionado sobre o atraso, o diretor da Scomi, Halan Moreira, porém, mantém o discurso de que a empresa pretende cumprir o contrato com o Metrô: “A Scomi tem total interesse em cumprir seus compromissos contratuais e está exigindo que o Metrô faça o mesmo”, disse à RF.

 

Moreira prefere não responder, no entanto, questões como o valor já pago pelo Metrô SP para a produção dos trens. Sobre o atraso na entrega dos trens, Moreira diz apenas que o cronograma está nas mãos do Metrô, sem revelar o motivo pelo qual nenhuma composição foi entregue à companhia. “As caixas dos monotrilhos da Linha 17-Ouro foram produzidos no Rio de Janeiro na fábrica da MPE, e estão guardadas em um depósito em Taubaté”, afirma.

 

Sobre esse imbróglio, a secretaria de transportes Metropolitanos de São Paulo afirmou em nota: “A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) e o Metrô informam que têm conhecimento do problema e das dificuldades financeiras do consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, CR Almeida, MPE e Scomi.  A STM e o Metrô vêm realizando várias reuniões e até o final de novembro haverá definição sobre a questão levantada”.

 

Atrasos desde 2014
A previsão de início da operação da Linha 17-Ouro é dezembro de 2019, mas esse prazo pode mudar com a eventual saída da Scomi do projeto. Assim que estiver pronta, a operação será comandada pela ViaMobilidade, do grupo CCR, que também opera a Linha 5-Lilás. A linha, que era prevista para antes da Copa do Mundo de 2014, terá 7,7 km de extensão e oito estações entre o Aeroporto de Congonhas e Morumbi (CPTM), além de conexão com a Linha 5-Lilás na estação Campo Belo. Em 2013, a Scomi chegou a lançar a pedra fundamental de uma fábrica em Taubaté que nunca saiu do papel. Segundo o diretor da Scomi, essa planta era para atender a Linha 18 do monotrilho, cujas obras ainda não foram iniciadas.

 

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