Passageiros já perderam 15 mil itens este ano no Metrô do Rio

Violino, bicicletas, carteiras, remédios e até dentaduras... É cada vez maior a quantidade de objetos esquecidos pelos cariocas nos trens

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Fonte: O Globo  |  Autor: Saulo Pereira Guimarães  |  Postado em: 06 de novembro de 2019

Thiago Simões recuperou a carteira com R$ 500 no M

Thiago Simões recuperou a carteira com R$ 500 no Metrô

créditos: Metrô Rio

Pode ser a vontade de chegar logo em casa, ou mesmo de se “desligar” após vencer o empurra-empurra da hora do rush... O fato é que cada vez mais cariocas ficam com a cabeça nas nuvens assim que as portas do metrô se fecham, e acabam deixando algum pertence no vagão, diz a reportagem do jornal O Globo de hoje (6). 

 

Para essa turma de distraídos, nem o tamanho do objeto esquecido não conta. Um dos últimos itens achados pelos seguranças da concessionária foi um violino, acondicionado em sua caixa de couro, informou o colunista do jornal, Ancelmo Gois. 

 

O instrumento, que estava na estação Flamengo, foi parar no setor de achados e perdidos, que não para de crescer e já acumula este ano 15 mil itens, três mil a mais do que os encontrados nos vagões e plataformas durante todo o ano passado. 

 

De dentadura a bicicleta

Entre os itens à espera do dono estão centenas de objetos inusitados. Já teve desde quem sorrisse amarelo após perder a dentadura e até quem, após a viagem, procurasse em vão nos bolsos um comprimido azul. Sim, até remédio para disfunção erétil está na lista de achados e perdidos. 

 

O metrô se esforça para devolver os objetos, mas nem sempre dá certo, lembra Angélica Antônio, analista de relacionamento com o cliente e uma das responsáveis pelo setor: "Há cerca de uns dois anos, um cliente informou que havia perdido uma dentadura no guichê da Carioca [estação onde fica o achados e perdidos]. Tínhamos uma lá e entregamos a ele. Mas, um dia depois, ele a devolveu. Disse que tinha provado e que aquela não era a dele."

 

Achados e perdidos

Pela sala mantida pelo Metrô Rio na Central do Brasil, repleta de estantes, espremidas em 25 m², já passaram também dezenas de bicicletas, uma TV de 32 polegadas, uma espada samurai e até uma cadeira de rodas, encontrada vazia dentro de uma composição dois anos atrás. Itens mais prosaicos também fazem parte do acervo, como duzentos guarda-chuvas e 27 celulares recolhidos nos últimos dois meses.

 

Além da salinha, o metrô reúne objetos perdidos no guichê de informações da Estação Carioca, que funciona das 8h às 17h. Foi lá que, após o último Rock in Rio, um idoso foi buscar a carteira perdida com dinheiro, documentos e os comprimidos de Viagra. Ele pode ter até ficado constrangido, mas não estava sozinho na distração: só durante os dias de festival, 500 itens foram perdidos nos vagões.

 

"Acreditamos que, com o maior número de reportagens sobre o serviço nos últimos tempos, mais pessoas descobriram que o metrô tem um 'achados e perdidos'. Por isso, mais itens encontrados nas estações têm sido entregues para a gente", diz Karina Rosa, coordenadora de relações com o cliente do Metrô Rio.

 

Carioca, Botafogo, Uruguaiana e Jardim Oceânico são as estações com maior número de objetos esquecidos. Na lista dos itens mais perdidos pelos passageiros, o primeiro lugar é ocupado por cartões de banco. Só em outubro, 274 deles foram encontrados. 

 

Em segundo lugar, estão carteiras de identidade e de habilitação. Foram 244 no último mês. Quem perder algo é bom tentar recuperar logo. Os itens encontrados são guardados por dois meses e, findo este prazo, entregues para uma instituição de caridade ou jogados fora.

 

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