Com BRT saturado, Bogotá avança obras do metrô. E promete 2ª linha em 2030

Apesar das dificuldades, capital colombiana avança as obras do metrô e inicia prospecções para a segunda linha do sistema de transportes

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Fonte: Diálogo Chino/Edição Mobilize Brasil  |  Autor: María Claudia Dávila/Diálogo Chino  |  Postado em: 25 de março de 2022

Projeção de futura estação: promessa de integração

Futura estação: promessa de integração com Transmillenio

créditos: Alcadia de Bogotá


Desde os anos 1940, Bogotá sonhava em ter um sistema de metrô, como testemunham os jornais da época. Quase 80 anos mais tarde, as esperanças de melhorar a mobilidade urbana na congestionada capital colombiana finalmente parecem estar se concretizando.



Em 27 de novembro de 2019, a Empresa Metro de Bogotá (EMB) e um consórcio chinês composto pela China Harbour Engineering Company Limited (CHEC) e o sócio minoritário Xi'an Metro Company Limited assinaram um contrato para iniciar a construção da Linha 1 do Metrô. Era um avanço há muito esperado para uma cidade de mais de 11 milhões de habitantes, a quinta mais populosa da América Latina. 

 

No entanto, o progresso desde então não foi tranquilo, pois a pandemia da Covid-19 e uma prolongada onda de protestos tomou conta da Colômbia e paralisou a construção na capital. No final de 2021, no entanto, as obras de demolição e inauguração do metrô finalmente começaram, com a Linha 1 agora projetada para começar a funcionar em 2028. 

 

O alívio muito necessário para o sistema de transporte da cidade está no horizonte, mas ainda pode haver um caminho tortuoso pela frente, pois as reclamações e preocupações de cidadãos e políticos continuam. Os moradores de Bogotá passam em média 52 minutos viajando para o trabalho ou para a escola todos os dias, de acordo com Numbeo, um banco de dados global de indicadores de qualidade de vida em diferentes cidades. A viagem de ida e volta diária de quase duas horas, desacelerada por engarrafamentos e semáforos, coloca a cidade sul-americana no topo do ranking onde as pessoas passam mais tempo se locomovendo.

 

Congestionamento de ônibus no corredor do Transmillenio. Foto de 2018 por Juan M. Suárez

 

No final de dezembro, para combater o caos do transporte que os bogotanos enfrentam, a prefeita da cidade, Claudia López Hernández, assinou um decreto de "emergência", pedindo um novo plano de uso do solo para a capital. Isto visa melhorar o transporte público, tornar a cidade mais verde e inclusiva, melhorar a habitação, entre outros objetivos.

 

O novo plano também prevê várias obras públicas que podem melhorar a mobilidade em Bogotá entre 2022-2035, incluindo novas linhas de bonde, pistas de alta velocidade, teleféricos e, mais notadamente, a primeira linha do metrô. É o maior projeto de infraestrutura do país e deve custar 13 trilhões de pesos colombianos (R$ 17,6 bilhões). 

 

Enquanto isso, iniciativas introduzidas por López em resposta à pandemia ganharam recentemente o Prêmio de Transporte Sustentável do ITDP, reconhecendo a implementação de ciclovias temporárias durante a pandemia, a introdução de 1.485 ônibus elétricos e incentivos de compartilhamento de carros.


Apesar da agitação social que irrompeu em abril de 2021, as obras começaram em agosto, em plena pandemia, com a inauguração de um pátio que acomodará os 30 trens da primeira linha de metrô. No mês seguinte, o solo começou a ser escavado para a linha em si. Ela está prevista para se estender por um total de 24 km e transportar até 72 mil passageiros por hora, em ambas as direções.

 

Segunda linha em 2030
Há alguns questionamentos sobre a forma como a obra da Linha 1 foi contratada e também sobre a falta de transparência em relação às desapropriações ao longo da rota. Mas, apesar das reclamações, o governo e o gabinete da prefeita de Bogotá anunciaram a construção da segunda linha de metrô em junho de 2021. Essa seção será subterrânea e se destina a beneficiar mais de 2,5 milhões de habitantes, conectando os bairros Chapinero, Barrios Unidos, Engativá e Suba. Custará 13 bilhões de pesos, se estenderá por 15,8 km e terá 11 estações. De acordo com a EMB, estará operacional em 2030. "A segunda linha do metrô de Bogotá será estruturada e financiada durante o governo de Iván Duque. Em dois anos, nós fizemos para a segunda linha o que levou dez anos [para fazer] para a primeira", afirmou López.


Segundo declaração da EMB, como parte do contrato entre a empresa e a Financiera de Desarrollo Nacional, agência que promove a participação do setor privado nas obras públicas, as explorações geotécnicas da linha começaram em 21 de dezembro de 2021. Por enquanto, não foram anunciados mais progressos nas obras. O que se sabe é que a rede consistirá de 26 trens e transportará até 60 mil passageiros por hora em cada direção, alimentando as esperanças de bogotanos de que o fim de sua longa espera coletiva esteja finalmente no horizonte.

 

Leia mais, em detalhes, no jornal Diálogo Chino, publicação que aborda as relações entre a China e a América Latina e seus impactos para o meio ambiente local.

 

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