Coronavírus: os riscos para quem usa o transporte público

Cuidados que devem ser adotados ao entrar e sair do ônibus, trem e metrô. OMS e especialistas recomendam higienizar mãos e evitar tocar olhos, nariz e boca

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Fonte: G1/ BBC/ OMS  |  Autor: G1/ BBC/ OMS  |  Postado em: 12 de março de 2020

Máscaras em aeroporto do Brasil: o medo do coronav

Máscaras em aeroporto do Brasil: o medo do coronavírus

créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil

Quais os cuidados básicos para tentar não contrair o coronavírus no transporte público? Estamos falando de um contingente de 280 milhões de passageiros/mês que se desloca por ônibus, trens e metrôs (dados da NTU). E a proximidade entre as pessoas, somada ao ambiente confinado dos veículos, pode ser um desencadeador importante da epidemia nas cidades. 

 

No Brasil, o número de casos confirmados da doença Covid-19 já passa dos 60. Então, como alerta o infectologista do Instituto Emílio Ribas Jean Gorinchteyn, na reportagem do portal G1, "é importante que os ambientes estejam arejados".

 

O especialista diz ainda que as pessoas, ao se apoiarem nas barras de apoio, devem tomar cuidado e sempre fazer a higienização das mãos, pois são locais que podem conter gotículas de tosse ou espirro. Gorinchteyn orienta que se evite tocar olhos, boca e nariz e, também, usar o transporte em horário de pico.

 

Álcool gel

Segundo Pedro Campana, médico infectologista da Santa Casa de São Paulo, uma dica importante é fazer uso do álcool gel, para evitar não só o coronavírus, mas também outras doenças. Campana sugere que as pessoas levem sempre álcool para usar, não só nos transportes públicos, mas quando sentirem necessidade.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem uma recomendação específica para o transporte público, mas indica a limpeza das mãos com frequência, principalmente após tocar superfícies que possam estar infectadas ou se estiver em locais com bastante fluxo de pessoas. 

 

A OMS recomenda, também, cobrir a tosse com a parte de dentro do cotovelo e manter uma distância mínima de 1 metro de pessoas que estejam espirrando ou tossindo.

 

Trens e ônibus cheios

Outra reportagem, da BBC, complementa as orientações com a palavra de outros especialistas. Sobre os principais riscos de se pegar o Covid-19 no transporte público, diz o texto:

 

Grande parte do risco potencial de infecção em trens e ônibus depende de quanto esses transportes estão cheios, o que varia de acordo com cada cidade, cada rota e horários. 

 

Em linhas de metrô onde há uma densidade extremamente alta de pessoas nos vagões, pesquisas anteriores ao novo coronavírus já indicaram uma ligação entre o uso desses transportes e a probabilidade de contrair doenças respiratórias.

 

São Paulo tem três das dez linhas de trem e metrô mais lotadas do mundo, segundo pesquisa do Google Maps feita com a avaliação de usuários da plataforma de outubro de 2018 a junho de 2019 durante o horário de pico (6h às 10h). Aparecem no ranking a linha 11 (Coral), a linha 8 (Diamante) e a linha 9 (Esmeralda).

 

Uma pesquisa de 2018 feita em Londres pela especialista Lara Gosce, do Instituto de Saúde Global, mostrou que as pessoas que usavam o metrô regularmente eram mais propensas a sofrer sintomas semelhantes aos da gripe.

 

"A pesquisa mostrou que os bairros servidos por menos linhas de metrô — onde os habitantes são obrigados a mudar de linha uma ou mais vezes — têm taxas mais altas de doenças semelhantes à influenza, em comparação com os passageiros que chegam ao seu destino por uma viagem direta", disse ela.

 

Se você estiver viajando em um trem ou ônibus relativamente vazio, os riscos mudam. Também são fatores importantes o grau de ventilação dos veículos, a limpeza pela qual eles passam, além do tempo você passa dentro deles.

 

Além de evitar os horários de pico, "se possível", Gosce sugere que, sempre que viável, os passageiros devem escolher rotas que envolvam apenas um meio de transporte.

 

David Nabarro, consultor especial de coronavírus da OMS, disse à BBC que, embora o transporte público seja uma coisa importante a se observar, as evidências sugerem que o tipo de "contato breve" que as pessoas têm quando viajam juntas não parece, até agora, ser a "fonte mais importante de transmissão".

 

Não pôr a mão no rosto

Entre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), um hábito a ser evitado é tocar o rosto. Nossas mãos tocam superfícies diversas o tempo todo (a catraca do ônibus, o balaústre de apoio, o botão de parada, encosto do banco etc.) e, ao esfregar os olhos ou encostar na boca, torna-se muito fácil se contaminar por um vírus. 

 

A OMS cita quatro medidas básicas para prevenir o contágio do coronavírus: lavar as mãos regularmente; ter cuidado ao tossir ou espirrar; manter distância das pessoas; e, ao notar os sintomas, buscar ajuda médica imediatamente.

 

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