Chineses vão construir primeira linha de metrô de Bogotá

Em discussão há quase 70 anos, Prefeitura agora anuncia a obra de um metrô elevado na capital colombiana, com contrato de US$ 4 bilhões

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Fonte: Uol/Bloomberg  |  Autor: Ezra Fieser  |  Postado em: 18 de outubro de 2019

Pistas e acesso do BRT Transmilênio em avenida de

Pistas e acesso do BRT Transmilênio em avenida de Bogotá

créditos: Yuriê Cesar/Mobilize Brasil 2015

Um consórcio liderado pela China conseguiu um contrato de bilhões de dólares para construir a primeira linha de metrô de Bogotá. Com isso, as autoridades da congestionada capital colombiana avançam em um projeto de quase sete décadas. 

 

O prefeito Enrique Peñalosa anunciou que o contrato de mais de US$ 4 bilhões será concedido ao consórcio Apca Transmimetro, liderado por China Harbour Engineering, Xi'An Metro, CRRC Changchun do Brasil Railway Equipamentos e Servicos e pela fabricante canadense de aviões e trens Bombardier. 

 

A expectativa é que a construção, com início no ano que vem, da linha férrea elevada de 24 km de extensão, ligando os bairros mais pobres do sul aos arredores do centro financeiro. O governo colombiano, a prefeitura de Bogotá - que estuda acessar o mercado local de títulos de dívida - e o consórcio Apca vão financiar a obra por meio de uma mistura de dívida e capital próprio, segundo documentos regulatórios. 

 

Promessa antiga

Do alto da Cordilheira dos Andes, há quase 70 anos as autoridades de Bogotá prometem um metrô, mas os planos eram derrubados por não haver consenso sobre se a construção deveria ser subterrânea ou em linha suspensa, nem sobre a forma de pagamento. Após anos de tentativas fracassadas, a capital de 7 milhões de habitantes é a maior cidade do continente americano sem qualquer sistema ferroviário urbano.

 

O custo de comprar terrenos, construir a linha e operar o sistema fará dele um dos maiores projetos públicos da história da cidade. A Apca derrotou o consórcio Metro de Bogotá, que incluía a gigante espanhola Fomento de Construcciones y Contratas, que construiu sistemas de metrô na Espanha, Panamá e Peru, e a Carso Infraestructura y Construccion, do bilionário mexicano Carlos Slim. 

 

Investimentos na América Latina

Grandes municípios da América Latina gastaram bastante em transporte público nos últimos anos. A Cidade do Panamá, Santo Domingo, na República Dominicana, e Santiago, no Chile, expandiram seus sistemas este ano. A segunda maior cidade da Colômbia, Medellín, já tem três linhas de metrô. 

 

Em Bogotá, no entanto, os trabalhadores dependem de carros ou ônibus. Os deslocamentos podem durar horas, especialmente para os mais pobres, que vivem afastados dos centros empresariais. Bogotá fica atrás apenas de Moscou e Istambul no ranking das cidades mais congestionadas do mundo, segundo uma pesquisa global da INRIX, que analisa dados de trânsito. 

 

De acordo com o plano, a linha elevada transportará até 70 mil passageiros por hora, de bairros do sul até perto do distrito financeiro na parte norte, contornando o centro histórico. A obra deve levar pelo menos cinco anos. O consórcio Apca está encarregado de construir estações e reconfigurar ruas, além de operar e manter o sistema por duas décadas. 

 

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