Calçadas do Rio: mais de 30 mil reclamações em dois anos

Audiência na Câmara reuniu especialistas, sociedade civil e autoridades para propor soluções de padronização e acessibilidade, e discutir como aprimorar a fiscalização

Notícias
 

Fonte: Câmara do Rio/ G1  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 08 de setembro de 2025

Obstáculos no caminho do pedestre, na cidade do Ri

Obstáculos no caminho do pedestre, na cidade do Rio

créditos: Caminha Rio

Buracos, obstáculos, mau assentamento de pedras portuguesas, raízes de árvores e, em alguns casos, completa falta de pavimentação... Essa a situação atual das calçadas do Rio de Janeiro, cenário que vem comprometendo a mobilidade, a acessibilidade e a circulação segura das pessoas, especialmente idosos, pessoas com deficiência e crianças. 

 

O problema foi tema de uma audiência pública realizada na quinta-feira (4) pela Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal. Participaram do encontro especialistas, representantes da sociedade civil e da prefeitura que, em conjunto, levantaram questões e propuseram soluções. 

 

Passeios mal mantidos

Dados do Portal 1746, o canal de atendimento ao cidadão da prefeitura do Rio, pesquisados e apresentados pela comissão no debate, atestam a má condição dessa infraestrutura urbana. Entre julho de 2023 e agosto de 2025, o serviço recebeu mais de 31 mil chamados só sobre problemas nas calçadas da cidade. Este ano, os bairros com mais denúncias foram: Tijuca, Copacabana, Centro, Campo Grande e Madureira.

 

Pavimentos de pedras portuguesas com desníveis, mesas e cadeiras ocupando as calçadas, e também a presença massiva de vendedores ambulantes e moradores de rua, foram alguns dos problemas lembrados durante a reunião, e apontados como fatores que comprometem a mobilidade a pé e o deslocamento seguro sobretudo de portadores de deficiência e idosos.

 

Não bastasse, "a falta de padronização, a confusão normativa e a pouca diligência das concessionárias em suas intervenções têm agravado o problema, gerando prejuízos não só para a circulação, mas também para os cofres públicos, pois não são poucos os gastos com tratamento de saúde dos cidadãos acidentados", explicou o vereador Pedro Duarte (Novo), presidente da Comissão. 

 

A fiscalização esbarra na grande quantidade de normas, o que foi destacado pelos presentes. Um estudo da Comissão de Assuntos Urbanos identificou cerca de 20 atos normativos relacionados ao tema - entre leis, leis complementares, decretos, resoluções e portarias - com diferentes regras para fiscalizar calçadas. Por isso, a proposta que saiu da audiência foi a de revogação de dispositivos obsoletos, redundantes ou contraditórios.

 

Outro ponto em questão foi sobre a quem, afinal, cabe a responsabilidade pela calçada. De acordo com o código de posturas do município do Rio - que não difere de outras cidades do país - essa incumbência depende de onde a calçada está localizada. Na porta das casas e estabelecimentos, a responsabilidade é do dono, que deve respeitar os padrões técnicos definidos pelo município. Já nos locais públicos como praças, escolas e hospitais, a prefeitura é a responsável, e cabe a ela também garantir que cada um faça a sua parte. 

 

Leia também: 
Ferramenta de IA revela as falhas nas calçadas
Calçadas acessíveis em Curitiba podem ter desconto no IPTU
Um encontro para criar uma nova lei de calçadas em São Paulo
Teresina (PI), a capital com mais obstáculos ao pedestre
Mobilidade a pé ainda é o "patinho feio" do Brasil


Apoie o Mobilize Brasil 

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário