As bolotas da Rodoviária de Brasília

Uirá Lourenço, do Brasília para Pessoas, analisa a repercussão dada ao balizadores colocados na Rodoviária da cidade. As bolotas geraram grande polêmica e sumiram!

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Fonte: Brasília para Pessoas  |  Autor: Uirá Lourenço  |  Postado em: 14 de setembro de 2025

Plataforma Superior com e sem bolotas

Plataforma Superior com e sem bolotas

créditos: @cicloviaativa

Acompanhei de longe (não estava na cidade) a polêmica das bolotas instaladas na Plataforma Superior da Rodoviária do Plano Piloto. Ao voltar a Brasília, as bolotas já não estavam mais lá. É interessante como o tema ganhou repercussão – com fotos e vídeos postados nas redes sociais por moradores e influenciadores – e acabou resultando na retirada das esferas.


Elas são um tanto grotescas e estão presentes em outros cantos da cidade (em volta do estádio Mané Garrincha, em grande quantidade). Pelas fotos das bolotas que estavam na rodoviária, nota-se que foram colocadas em quantidade excessiva e sem tanto critério, em trechos apertados de calçadas. 
Mas vale uma ponderação: esse tipo de equipamento (balizador) é importante para conter o ímpeto de motoristas que insistem em estacionar irregularmente, algo tão comum e tolerado em Brasília. Em diferentes pontos da Asa Sul as bolotas foram usadas e parecem cumprir sua função.


Há outros tipos de balizadores, menores e mais discretos que seriam uma opção. Em viagem recente a Portugal, vi alguns balizadores esféricos, menores. Há ainda os tradicionais pinos, também conhecidos como "frades", usados em várias cidades, inclusive na capital federal.



Bolota menor, utilizada no Porto, Portugal

 

 

Diferentes balizadores na Asa Sul: esfera e pino



Ao caminhar e pedalar pela cidade, muitas vezes desejo que houvesse mais balizadores para conter a invasão de calçadas e canteiros por motoristas, como no Setor Médico Hospitalar (início da Asa Norte), na 908 Sul e na 512 Sul Sul (ciclofaixa em frente ao supermercado Big Box).



Cenas comuns: estacionamento irregular sobre canteiro, calçada e ciclofaixa



Seria tão bom se temas relevantes da mobilidade tivessem repercussão semelhante à das bolotas, e com resultados práticos decorrentes da mobilização. Assuntos como calçadas inacessíveis e deterioradas, travessias inseguras, escassez de faixas exclusivas e corredores de ônibus, farra de estacionamentos irregulares, ciclovias desconectadas e escuras são temas fundamentais, que poderiam e deveriam estar em debate público.


Neste mês em que se celebra o Dia Mundial sem Carro (22/9) temos boa oportunidade para debater a mobilidade urbana e nos mobilizarmos em favor de uma cidade humanizada e segura. Entre os dias 17 e 19 de setembro será realizado seminário A Participação Social na Política de Mobilidade Urbana, promovido pelo Ministério Público (link para informações e inscrição). Fica o convite para participar, de forma presencial ou virtual!


#mutirãocop30 #caminhabilidade #acessibilidade #calçadas


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