Quem caminha pela rua São Miguel, no bairro de Afogados, no Recife, encontra estação de metrô, igrejas, escolas, restaurantes, hospitais e outros equipamentos públicos ou privados, que tornam o endereço movimentado dia e noite. Além do grande volume de pedestres pelo entorno, ali também se concentra boa parte dos sinistros de trânsito com vítimas fatais da capital pernambucana.
Agora, uma parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, feita pela Prefeitura, por meio da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) poderá transformar para melhor este quadro.
Com o intuito de reduzir os incidentes e óbitos, especialmente de motociclistas, além de garantir maior segurança, eficiência e conforto para quem se desloca a pé, a Prefeitura de Recife vem realizando intervenções na rua São Miguel. De acordo com a assessoria de imprensa da CTTU, o projeto envolve redesenho urbano, implantação de travessias semaforizadas, adequação de velocidade e uma mudança de circulação.
As intervenções, projetadas a partir do levantamento das ocorrências de trânsito com vítimas, custarão aproximadamente R$160 mil e deverão estar completas na próxima semana (de 29/9 a 3/10). Em comunicado à imprensa, a CTTU revelou que serão acrescentadas dez novas travessias de pedestres, sendo cinco delas semaforizadas, além de ilhas de refúgio para pedestres, para reforçar a segurança durante a travessia. Os equipamentos serão instalados em pontos considerados críticos para os pedestres (seja pelo excesso de velocidade de veículos ou pela ocorrência de colisões), de acordo com o estudo que embasou o projeto.
Mudança na circulação e redução de velocidade
O projeto prevê a implementação de mão única em duas vias que cruzam a São Miguel, justamente no trecho da via que concentra o maior número de sinistros de trânsito, entre as ruas vereador de Paula Santana e Manoel de Albuquerque Fernandes. Um dos fatores mais importantes para a redução de incidentes no trânsito no entanto é a redução de velocidades. De acordo com a CTTU, a velocidade máxima da via será reduzida de 60 km/h para 50 km/h. A redução ainda é tímida, mas aumenta consideravelmente as chances de sobrevivência em casos de atropelamento.
Com este conjunto de medidas, a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, espera reduzir o número de ocorrências fatais na região. “Este projeto utiliza diferentes estratégias para garantir a segurança viária dos pedestres, que são os mais frágeis no trânsito. É uma importante intervenção de engenharia viária que integra sinalização, redesenho urbano, adequação de velocidade e análise dos dados de sinistros para concentrar os esforços onde há maior necessidade. Vamos continuar acompanhando os sinistros de trânsito, mas esperamos reduzir esses números e salvar vidas”, afirma.
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