'Queremos o metrô, não a destruição da praça', diz grupo de Ipanema

Grupo de moradores volta a pedir diálogo com governo do RJ. Eles propõem a mudança no método construtivo, para evitar impactos na praça que tem árvores centenárias

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Fonte: G1 Rio  |  Autor: Mylène Neno  |  Postado em: 30 de outubro de 2012

Maquete mostra onde moradores querem construção do

Maquete mostra onde moradores querem construção dos acessos

créditos: Matheus Giffoni/ G1

 

Ao saber que a Justiça suspendeu na segunda-feira (29) a liminar que ordenava a paralisação das obras da linha 4 do metrô em Ipanema, zona sul do Rio, um grupo de moradores voltou a se manifestar para afirmar que não é contra a estação de metrô no bairro e sim contra a destruição da Praça Nossa Senhora da Paz, onde está prevista a construção.

 

"Queremos o metrô, o que não queremos é que a Praça Nossa Senhora da Paz seja destruída pelas obras", afirmou Ignez Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema, representante do grupo.

 

Uma das principais reclamações do grupo, segundo ela, é o método usado nas obras em Ipanema. "O método de construção chamado 'vala aberta', que eles pretendem usar, abre um buracão e tira tudo ao redor. Eles dizem que vão replantar essas árvores centenárias e todos os engenheiros ambientais dizem ser impossível. Já o método subterrâneo, defendido por nós, não atinge a superfície do terreno, não precisa fechar a praça, é sem impacto, sem barulho, sem poeira", explicou Ignez.

 

As obras da linha 4 estavam paralisadas desde sábado (27), e devem ser retomadas nesta terça-feira (30). Mas Ignez afirmou que o grupo vai recorrer. "Já temos mais de 25 mil assinaturas de moradores", declarou.

 

A representante do grupo pede que o governo esteja aberto ao diálogo e ouça as sugestões dos moradores. "Procuramos o governo, levamos nossas sugestões, pedimos para o governo ouvi-las, para marcar reunião. Uma obra que vai ter tamanho impacto no bairro não pode ser feita sem que as pessoas sejam ouvidas. Queremos que o governo tenha transparência, dê garantias de que nem a população e nem os imóveis corram risco onde vai passar o 'tatuzão' no subsolo", completou.

 

Posição contrária

A comunidade, porém, está dividida sobre a obra da estação. Para a presidente da Associação de Moradores de Ipanema (AMIpanema), Maria Amélia Loureiro, houve diálogo, e várias reuniões com associações como a que preside e que, segundo ela, representam o bairro. "Participamos o tempo inteiro", afirmou. "Queremos a estação, a praça não vai ser destruída, a estação será construída embaixo do miolo da praça, negociamos que os acessos fossem construídos do lado de fora da praça. Esse acesso vai ser tão reservado. O que não pode é impedir que se entre na praça", avaliou.

 

Para Maria Amélia, o grupo que está contra a obra é um movimento preconceituoso, que não quer que 'gente diferenciada' em Ipanema, disse a presidente da AMIpanema.

 

Outra moradora, que é contra a construção dos acessos ao lado dos portões da praça, nega: "Nosso grupo não é nada elitista. Não somos contra a construção do metrô. Queremos o metrô, mas não dentro da praça, uma das poucas da zona sul do Rio", disse Ana Paula Romeiro.  

 

Maquete de acessos

Em agosto, o grupo que defende mudanças no projeto da estação Nossa Senhora da Paz levou para as ruas uma maquete em tamanho real para mostrar a localização exata de onde gostaria que fossem construídos os acessos: em frente à praça, mas do outro lado da rua, nas calçadas da Rua Visconde de Pirajá, nas esquinas das ruas Maria Quitéria e Joana Angélica.

 

Por essa opção, a localização ficaria distribuída em quatro pontos, de forma que os usuários do metrô não precisassem passar por dentro da praça.

 

Posição da Linha 4

O Consórcio Linha 4 Sul do metrô afirma que o projeto foi debatido com a população e que os estudos levaram em conta critérios de engenharia, segurança, comodidade e demanda. A empresa afirma que os usuários não vão precisar entrar ou cruzar a praça para acessar o metrô. O metrô também alega que as mudanças pedidas pelo grupo de moradores tornaria a obra mais cara, colocaria em risco as estruturas de prédios vizinhos e não eliminaria a necessidade de escavações na região da praça Nossa Senhora da Paz.

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