Em Maringá, falta de segurança preocupa ciclistas

Na cidade paranaense, falta estrutura cicloviária e quem pedala tem de lidar com o desrespeito dos motoristas, aponta estudo

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Fonte: Agência CHN  |  Autor: Cláudio Santos  |  Postado em: 06 de maio de 2013

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Em Maringá, falta espaço para as bicicletas

créditos: Divulgação

 

A falta de espaço para os ciclistas em Maringá é um problema que tem sido apontado por diversos estudos urbanísticos. Em sua dissertação de mestrado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), o engenheiro Thiago Botion Neri destaca a falta de estrutura adequada para os ciclistas na cidade. Mas, para além dos problemas estruturais, o que mais preocupa os que usam esse meio de transporte é falta de segurança.

 

É verdade que a crise não é exclusividade de Maringá. Na semana passada, houve vários protestos no Rio de Janeiro depois que o ciclista Pedro Nikolay, de 31 anos, foi atropelado e morreu. Nikolay foi atropelado de madrugada por um ônibus quando trafegava por uma ciclofaixa. A cidade do Rio é a que possui a maior extensão de ciclovias e ciclopistas, 305 km. Por isso mesmo é a cidade em que mais se utiliza bicicleta.

 

Em março, também em uma ciclofaixa da capital paulista, David Santos Souza, de 21 anos, foi atropelado e teve o braço arrancado pelo estudante de psicologia Alex Siwec, de 22 anos. Ao fugir do local, o motorista ainda lançou o braço de Souza, que ficou preso no parabrisa do carro, no Córrego do Ipiranga, as margens da pista. O acidente ocorreu na avenida Pulista, no domingo, quando uma parte da via fica disponível apenas aos ciclistas.

 

Os dois casos mostram que apenas investir em estrutura não é o suficiente. Mas ainda assim é importante garantir segurança e espaços adequados aos ciclistas. Em Maringá, são apenas duas ciclovias e nenhuma ciclofaixa. A frota de carros é crescente, 272.266 veículos, uma média de 1,31 por habitante. Carros e ciclistas disputam o espaço, onde o mais rápido nem sempre ganha.

 

Espaços reservados

O técnico e diretor do grupo maringaense de ciclismo, Carlos Martineli, aponta que não existe na cidade uma política para tornar a convivência entre motoristas e ciclistas mais pacífica. Segundo ele, as ciclovias existentes oferecem mais riscos do que auxiliam. “Eu moro próximo a avenida Mandacaru e na ciclovia existem muitos pedestres fazendo caminhada, ficamos sem espaço livre para andar de bicleta”, comenta.

 

E essa conclusão também faz parte do estudo de Neri. As ciclovias passam ainda por outros problemas. Segundo ele, ainda é necessário investimentos em conservação, ampliação e equipamentos.

 

“As ciclovias existentes não oferecem as condições necessárias para os cilcistas. Não tem um trabalho de conservação regular. São esparsas, ou seja, em poucos pontos da cidade, além disso, precisam de uma iluminação específica, diminuição dos recortes, o que faz com que os ciclistas tenham que parar a cada espaço.” Neri cita o exemplo da ciclovia da avenida Mandacaru, que possui 3 km e ao longo dela são 30 recortes usados como retorno para carros e motos.

 

Outra alternativa seriam as ciclofiaxas, que ao contrário das ciclovias, não necessitam de investimentos estruturais, aproveitando o espaço nas vias públicas. Mas Neri aponta que antes é necessário que seja realizado um planejamento. Ele aponta que é importante verificar quais tipos de veículos trafegam na via, o espaço que vai ser separado somente para o ciclista e a sinalização específica.

 

Educação

O problema não tem uma soluçao simples, como a construção de ciclovias e ciclofaixas. É preciso contar também com a educação de pedestres, ciclistas, motocilistas e motoristas. É a realidade vivida pelo gerente, Rafael Di Domênco. “Já levei ‘fechadas’, várias vezes buzinadas, em vários casos o motorista do carro está conversando no celular e quando vê já está em cima”, afirma.

 

Neri aponta que algumas atitudes podem contribuir para a conscientização dos motoristas. “A educação só vai acontecer depois de uma cultura cicloviária. Passeios ciclísticos e grupos de ciclistas contribuem, pois, aquele motorista que dirige seu carro e sua moto vai ficar mais sensível e encarar o cilista de outra forma. Mas isso leva tempo”, afirma.

 

Planejamento

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Maringá informou que existem diversos projetos protocolados no Ministério das Cidades para a construção de ciclovias e ciclofaixas. No momento estes projetos ainda estão sendo apreciados, e enquanto isso a prefeitura aguarda uma resposta do órgão.

 

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