Goiânia: Veto a estacionamento

Projeto de novo eixo inclui restrição para deixar veículos no interior da Praça Universitária

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 |  Autor: Diário da Manhã  |  Postado em: 10 de novembro de 2011

Goiânia

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créditos: danieandmariangela.com

A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) iniciou, na terça-feira (8), as obras do Eixo Universitário, na Rua 10. As mudanças incluem um corredor exclusivo para o tráfego de ônibus, dois corredores para o tráfego dos demais veículos e uma ciclovia no canteiro central da via. Para possibilitar as mudanças, o estacionamento ao longo das calçadas foi proibido. A medida inclui os anéis centrais da Praça Universitária, com exceção da rótula central. 


A reorganização do trânsito não agradou os universitários que utilizam a via para estacionar os carros enquanto assistem aula. "Tem mais de mil carros por dia que param aqui. Já não tem lugar para parar agora, imagina sem poder estacionar na rua. Dá 7h o estacionamento da faculdade já não tem mais vaga. Só se a gente parar lá na Praça Cívica e vir a pé. Só que lá também não tem lugar pra estacionar. Aí fica difícil", disse um universitário que não quis se identificar.


Segundo o presidente da CMTC, José Carlos Xavier, o Grafite, a cidade de Goiânia não tem como prover estacionamento para todos os carros. "O carro ocupa muito espaço na cidade. Aquela cultura de ter o sonho de comprar um carro é muito boa, mas para o transporte atrapalha. Atrapalha o trânsito a fluir. Aquela propaganda de carro andando nas ruas tranquilamente pelas ruas sem movimento é mentira. As concessionárias vendem os veículos, mas não se preocupam com o trânsito", comentou.


O estacionamento continua permitido na parte central da praça, porém os trabalhadores do estacionamento interno da praça afirmam que não será suficiente para atender a demanda dos estudantes. "O pessoal da AMT não tá multando, mas tá avisando pra não parar mais na praça. Não vai ter lugar pra todo mundo. Tem dois estacionamentos pagos aqui perto, mas, mesmo assim, não dá pra todo mundo. E os das faculdades não precisa nem contar, porque enche rapidinho", disse um vigia de carros da praça.


De acordo com o presidente da CMTC, o número de estacionamento nas ruas nunca será o suficiente para atender a demanda. "A cidade pode ter estacionamento para 100 ou para mil carros, que vai continuar faltando. Portanto, vamos priorizar o transporte coletivo. É esse projeto, que é de extrema importância para o problema da mobilidade na Capital", afirmou. As placas de proibido estacionar já estão na praça desde o dia 18 de outubro, mas a Agência Municipal de Trânsito (AMT) deve estabelecer um período para que os motoristas se acostumem com as mudanças para começar a autuar.


A estudante Renata Santos, de 24 anos, cursa Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás e vai às aulas de ônibus. Para ela, as mudanças são benéficas. "Eu venho lá do Sudoeste e levo uns 40 minutos pra chegar aqui. O eixo, eu acho que vai ser bom, porque o trânsito vai fluir e a gente vai chegar mais rápido. Eu devo economizar uns 15 minutos nesse trajeto. Além de ser mais rápido também pra ir pro Campus Samambaia", disse.


O Projeto


O projeto do Eixo Universitário vai da Praça Cívica até a Praça da Bíblia, passando pela Praça Universitária. "Vamos acabar com o estacionamento e essa faixa junto à calçada será de uso exclusivo do ônibus. As outras duas faixas serão de uso dos demais automóveis. No canteiro central, a ciclovia será construída para faciltar o transporte dos ciclistas", explica Grafite.


Os comércios, como pit dogs que ficam no canteiro central da Rua 10, serão reformados e padronizados para ficarem junto à ciclovia. De acordo com Grafite, o canteiro é amplo, o que torna possível manter os estabelecimentos junto à ciclovia. Outro motivo para manter o canteiro central é que a via está na área envoltória da parte do patrimônio tombado de Goiânia pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Consultamos o Iphan e a Amma, para que esse projeto seja efetuado dentro da regularidade", completa o presidente da CMTC.


A companhia tem a previsão de entregar o Eixo pronto no início de março do ano que vem, embora o prazo estipulado para a conclusão das obras seja de seis meses. "Nós temos até abril para entregar tudo pronto, mas, dentro do nosso cronograma, tudo deve ficar pronto até o início de março", disse Grafite.


O projeto implantado no coredor universitário é um piloto do que será feito em 102km de corredores em Goiânia. O mesmo plano será implantado em mais duas vias. São elas Av. T-9, Av. T-7, Av. T-10, Av. T-63, Av. Castelo Branco/Mutirão, Av. Constelação, Avenida Pio XII, 24 de Outubro, 3ª Radial/Parque Ateneu, Avenida 85 Av. Independência e São Francisco.


Ministério Público


O promotor de Justiça Juliano de Barros Araújo instaurou um inquérito civil público para investigar supostas irregularidades ambientais nas obras do Eixo Universitário. Foram requisitadas informações, em caráter de urgência, à Amma, à CMTC e ao Iphan. O promotor cobra a licença ambiental para a instalação das obras e a existência de tombamento ou outra restrição ou proteção histórica às árvores do eixo. Caso haja alguma restrição ou não haja licenciamento, as obras serão embargadas. O presidente da CMTC afirma que nem a cmpanhia nem a Amma estão cientes da investigação.

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