Passe Livre custaria R$ 8 bilhões, valor do IPTU, diz Haddad

Em entrevista ao Jornal Valor Econômico, prefeito de SP afirmou que não vai revogar o reajuste da tarifa para R$ 3,80

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Fonte: G1  |  Autor: G1  |  Postado em: 15 de janeiro de 2016

Manifestação ontem (14) no Largo da Batata, em São

Manifestação ontem (14) no Largo da Batata, em São Paulo

créditos: MPL Facebook

 

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que não vai revogar o reajuste de R$ 3,50 para R$ 3,80 em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada na edição desta sexta-feira (15).  Segundo o prefeito, a cidade teria que gastar R$ 8 bilhões por ano em subsídio para conceder o Passe Livre, o que equivale a toda arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

 

Haddad afirmou que o tema poderá ser discutido nas eleições municipais deste ano, quando tentará a reeleição.

“A pauta do movimento, de Passe Livre para todos, significa R$ 8 bilhões de subsídio. É óbvio que alguém pode propor isso. Quem sabe não apareça um candidato que defenda essa tese, que fale ‘olha, vou pegar todo o IPTU da cidade –que é mais ou menos o que custa o sistema de transporte -, e vou usar para passagem grátis para todo mundo?”, questionou.

 

Segundo o prefeito, o subsídio oferecido no ano passado atingiu R$ 2 bilhões para cobrir transporte gratuito para 530 mil estudantes e para idosos com mais de 60 anos.

 

Na entrevista, o prefeito evitou criticar a ação da Polícia Militar nos protestos do MPL. “A polícia não está sob o meu comando, infelizmente. No mundo inteiro, a polícia é em geral civil e subordinada à municipalidade, que é o melhor modelo. É difícil fazer avaliação de uma corporação que não está sob o seu comando”.

 

Terceiro ato

Seis pessoas das oito detidas após protesto contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo foram liberadas na madrugada desta sexta-feira (15), segundo o Bom Dia São Paulo.

 

Os dois homens que ainda estão detidos devem responder por dano ao patrimônio na estação Consolação do Metrô. Para um deles, foi arbitrada fiança de um salário mínimo. Ele deve deixar o 78º Distrito Policial, nos Jardins, ainda nesta sexta. Para o outro detido, não foi arbitrada fiança porque, segundo o Bom Dia São Paulo, o caso era mais grave e sua pena deve ser maior do que quatro anos de prisão.

 

Nesta quinta-feira (14), os manifestantes convocados pelo Movimento Passe Livre (MPL) realizaram o 3º ato do ano contra o aumento das tarifas. A concentração aconteceu em dois pontos da cidade: na região central, junto ao Theatro Municipal, e na Zona Oeste, no Largo da Batata, em Pinheiros.

 

A tarifa de ônibus, trens e metrô subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 no sábado (9). Desde a semana passada, o MPL faz atos contra o reajuste. O movimento divulgou durante a tarde os dois trajetos que foram seguidos nesta quinta-feira. Um grupo caminhou do Largo da Batata até a Estação Butantã do Metrô e outro andou do Theatro Municipal até a Avenida Paulista.

 

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública criticou a proximidade entre a divulgação das rotas e a realização da manifestação, mas assegurou que iria "providenciar a segurança no trajeto das duas manifestações para garantir a tranquilidade da população paulistana".

 

No fim do ato, depois que o grupo que seguiu até o Masp se dispersou, alguns manifestantes quebraram vidros da Estação Consolação e abriram o acesso ao metrô, que estava fechado. Algumas pessoas tentaram pular as catracas e um jovem lançou um rojão dentro da estação. Houve correria e quem estava lá dentro saiu pelo outro acesso. A PM lançou uma bomba de efeito moral na Paulista para dispersar quem estava perto da estação. Um dos detidos, segundo a PM, foi o homem que jogou um rojão dentro do Metrô.

 

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