É uma bike, uma moto, uma cadeira de rodas?

Jovens empreendedores criaram kit para transformar cadeiras de rodas em veículos com autonomia de até 40 km. Agora, para ampliar a produção, eles precisam do seu voto

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa / Mobilize Brasil  |  Postado em: 19 de maio de 2017

Kit Livre

Kit Livre: cadeira adaptada para triciclo elétrico

créditos: Divulgação Livre

Até o dia 12 de maio é possível votar para apoiar o projeto Kit Livre, uma inovação desenvolvida no Vale do Paraíba (SP) e que já está sendo utilizada por cadeirantes da Austrália, Argentina, Estados Unidos e também em várias cidades do Brasil.

 

Trata-se de um conjunto de componentes que transforma cadeiras de rodas em um híbrido de triciclo, bicicleta ou cadeira motorizada, capaz de percorrer trajetos de até 40 km sem a necessidade de recarga. O projeto começou a ser desenvolvido em 2011 pelo empreendedor Julio Oliveto Alves, um engenheiro mecatrônico e doutorando em engenharia mecânica pela Unesp de Guaratinguetá. 

 

"O kit foi o resultado de minha tese de mestrado e teve o pedido de patente registrado pela Unesp em 2012, quando eu apresentei o projeto a diversas indústrias, mas nenhum sucesso", explicou Júlio. Em 2014, porém, o projeto conquistou o prêmio de empreendedorismo do Banco Santander e com esse recurso ele conseguiu montar sua empresa, a Livre. Outra premiação, da Brasken, em 2016, permitiu a ampliação e aperfeiçoamento do negócio.

 

"Buscamos um produto que reduza a imagem hospitalar da cadeira de rodas e potencialize um conceito mais esportivo, até mesmo de esportes radicais. Iniciamos com um kit motorizado e fomos introduzindo melhorias, como o aumento na potência dos motores, que hoje podem ser de 300 a 1500 watts, fizemos melhoramentos nos comando e nos freios e também aperfeiçoamos o sistema de amortecedores", explica o jovem empreendedor.
 

Equipe da Livre: jovens empreendedores 

 

Com essas mudanças, diz ele, a pessoa ganha plena liberdade e autonomia, mesmo em pavimentos irregulares, comuns no Brasil, quase como um "veículo fora de estrada". Esses avanços estão sendo testados por paraatletas que utilizam o kit em seus deslocamentos e também em pistas de skate ou bicicross. "No momento, estamos fazendo adaptações para tetraplégicos, para pessoas que sofreram AVC", explica Júlio, que busca explorar ao máximo a customização do sistema. Essa flexibilidade permite que o kit possa ser desacoplado da cadeira para viagens em ônibus, metrô ou trens, completa Júlio.

 

O conceito foi desenvolvido com base na norma do Contran que equipara bicicletas elétricas a bicicletas comuns. Assim, ciclovias e ciclofaixas são os ambientes ideais para circulação das cadeiras adaptadas. Da mesma forma, a velocidade e a exigência de equipamentos de segurança são semelhantes àquelas recomendadas para ciclistas: capacete, espelho retrovisor e luzes de sinalização.

 

Concurso internacional
O custo ainda é alto, a partir de 4.990 reais, mas Júlio espera que com a produção em maior escala seja possível reduzir o investimento e permitir que mais pessoas tenham acesso ao kit. Hoje são cerca de 400 usuários.

 

Para esse salto, a Livre está participando de um concurso internacional que vai distribuir cerca de 1 milhão de dólares a empreendedores sociais. Eles esperam ficar entre os cinco finalistas mundiais e, para isso, pedem que as pessoas apoiem e votem no projeto Kit Livre. A votação segue até o dia 12 de junho e para apoiar, acesse o link www.chivas.com/pt-br/the-venture/finalists/people/br-livre.



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