Conheça as linhas da lentidão em São Paulo

A SPTrans divulga lista dos dez ônibus campeões de atraso e todos disputam espaço com carros

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Fonte: Diário de S. Paulo  |  Autor: STEFHANIE PIOVEZAN  |  Postado em: 02 de maio de 2012

SPTrans divulgou lista das 10 linhas de ônibus que

SPTrans divulgou lista das 10 linhas mais lentas

créditos: Marcello Palhais/Diário SP

Trânsito. Essa foi a justificativa dada por fiscais e motoristas - e reconhecida por passageiros - para a posição de suas linhas no ranking elaborado pela SPTrans sobre reclamações por atrasos. De acordo com a empresa, a campeã em reclamações ao longo de 2011 foi a linha 278A/10 - Penha/Ceasa, seguida pela 7004/10 - Jardim Jacira/Terminal Guido Caloi e pela 748R/10 - Jardim João 23/Metrô Barra Funda. 

 

"A linha 278A/10 registra muitos atrasos, sim, mas é por conta da Marginal Tietê e da Celso Garcia. Para resolver, acredito que só mudando o itinerário", disse a fiscal Nilda Gonçalves. Ontem pela manhã, a recordista em críticas operava, em média, com 20 minutos de atraso, tendo registrado até 40 minutos de diferença no cronograma.

 

"É uma linha útil porque abrange várias regiões, mas, ao mesmo tempo, acaba dando muitas voltas. Uma vez fiquei parado próximo ao Sambódromo e demorei quase três horas para chegar ao meu destino. Talvez se colocassem mais ônibus, melhorasse", opinou Clemente Oliveira. Usuário frequente, o gerente afirmou que não fez nenhuma das 320 reclamações contabilizadas na linha porque, para ele, os motoristas não têm culpa.

 

Condutor há 42 anos, 19 deles apenas na 278A/10, Raimundo Santos concordou com Clemente. "O trânsito dificulta e hoje (ontem) ainda temos a chuva. Todo motorista sabe que quando chove a estabilidade é outra. É melhor reduzir a velocidade do que provocar um acidente."

 

ENTRAVE

 

Na segunda linha da lista, o grande entrave é a Estrada do M’ Boi Mirim. “O trajeto leva de 45 minutos a mais de 4 horas. Tudo vai depender do trânsito. Em um sábado, cheguei a levar 8h40 para ir e voltar porque fiquei muito tempo parado lá”, afirmou o motorista Milson Santos.

 

Diferentemente da linha que parte da Zona Leste, porém, as críticas da 7004/10 crescem nos finais de semana. “As reclamações se devem mais ao fim de semana, quando os intervalos são maiores e o trânsito na M’ Boi Mirim é pior. Lá, quando para, é melhor descer e ir andando”, afirmou Elaine Magalhães. Ontem, os ônibus da  7004/10 partiram com intervalos inferiores a 10 minutos.

 

Na linha que ocupa o terceiro lugar do ranking, as justificativas não foram muito diferentes. “A gente sabe que ele (ônibus) dá volta. Para ir direto, só usando o carro, mas o governo deveria colocar mais ônibus”, disse Leonardo Davi, de 28 anos, enquanto aguardava o 748R/10.

 

O fiscal Francisco Hélio de Souza Oliveira também citou o vilão paulistano como problema. “O tempo de percurso varia de acordo com o horário de pico. Quando o trânsito está bom, a linha não atrasa”, afirma o fiscal.

 

RESPOSTA

 

Em nota, a SPTrans disse que a empresa responsável pela linha 278A/10, a campeã, foi multada e notificada a prestar esclarecimentos sobre as providências tomadas e os responsáveis se comprometeram a resolver o problema. A  SPTrans também afirmou que a fiscalização da linha foi intensificada.

 

6913/10 já foi ‘campeã’

 

Em levantamento divulgado pelo DIÁRIO em outubro, das 1.352 linhas de ônibus de São Paulo, a recordista em reclamações – não apenas por atrasos, mas também por falta de limpeza dos veículos e problemas no embarque e desembarque – era a 6913/10 – Terminal Bandeira/Terminal Varginha, com 482 queixas contabilizadas pelo 156 ou por formulários disponíveis na internet. Em seguida, apareciam: a 477P/10 – Ipiranga/Rio Pequeno, com 451 reclamações, e a 117Y/10 – Cohab Antártica/Pinheiros, com 423 críticas.

 

DIÁRIO opina

Ao ônibus, o que é do ônibus

 

Se houver mesmo um desejo sincero de estimular o transporte coletivo, as autoridades de trânsito precisam acelerar medidas que livrem os ônibus de disputar espaço com carros. Projetos de corredores exclusivos, que sempre garantem fluidez nas vias onde são implantados, devem ser desengavetados e postos em prática, com agilidade. Só assim, abrindo espaço para quem transporta mais gente, o paulistano pode um dia deixar o carro em casa.

 

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