Modelo de transporte de massa é impasse na capital baiana

Dúvida está entre os modelos BRT e VLT. Governo afirma que só irá opinar após resultado de estudos técnicos.

Notícias
 

 |  Autor: Tatiana Maria Dourado / G1  |  Postado em: 08 de junho de 2011

O que Salvador precisa é além-Copa

O que Salvador precisa é além-Copa" Ilce Pinto

créditos: Divulgação
Dez empresas estão autorizadas a desenvolver estudos técnicos para indicar o sistema de transporte público adequado para atender Salvador, Lauro de Freitas e Região Metropolitana, além da demanda da Copa do Mundo de 2014. De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), Renan Araújo, o resultado preliminar sairá em 30 dias, mas o prazo definitivo poderá chegar a até 100 dias. É a primeira fase do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) 01/2011, edital da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia, publicado no Diário Oficial nos últimos dias 26 e 27 de março.

A questão da mobilidade urbana em Salvador ganha cada vez mais destaque com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e a polêmica gira em torno de dois modelos – o Bus Rapid Transit (BRT) e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O governo garante que não tem preferência e que o parâmetro será o estudo do PMI. “Queremos entender a melhor alternativa para o transporte de massa quanto à viabilidade técnica, avaliação ambiental e sustentabilidade econômica, financeira e jurídica. Pode ser que indiquem que o VLT pode ser realizado em respeito ao cronograma da Copa”, indica Renan Araújo. Mas reconhece que, caso necessário, o governo pode assumir e melhorar o BRT.

Já a prefeitura defende o BRT, que prevê recurso inicial de R$570 milhões e um total de R$3 bilhões. O engenheiro Fernando Ulisses, responsável pela Rede Integrada de Transporte de Salvador, afirma que o BRT terá 42 km no trajeto Aeroporto-Acesso Norte, 127 km de corredores e contará com a construção de um trecho para ligar a Estação Iguatemi até a Lapa e a Calçada. Entre as vantagens apontadas está a redução de 83% no tempo de espera e o aumento dos atuais 70 para pelo menos 200 passageiros por veículo. O VLT ainda não tem projeto elaborado e dependerá dos projetos submetidos ao PMI, que será avaliado pelo GTE (Grupo de Trabalho Executivo), formado por membros técnicos de secretarias estaduais.

Opiniões

“O que realmente Salvador precisa é além-Copa”, diz a diretora do Núcleo de Mobilidade e Transporte do Instituto Politécnico da Bahia, Ilce Pinto. “Salvador merece um VLT e o metrô, como existe em outras cidades do Brasil e do mundo. Nós não somos mais miseráveis, nem em termos culturais nem econômicos. O VLT tem que servir como alimentador de um metrô – não podemos matar este modelo de transporte”, opina. Para ela, a escolha da prefeitura pelo BRT está sendo feita com base no tempo hábil e no baixo custo.

O professor de Economia dos Transportes da Faculdade de Economia da UFBA, Ihering Guedes Alcoforado, vê equívoco no debate. Um dos erros, acredita ele, é o foco no trecho Aeroporto/Lapa. Ele defende que o sistema integrado de transporte tem que ter sustentabilidade não apenas por um eixo, mas para o conjunto. “Deve-se levar em conta as múltiplas soluções técnicas, entre as quais se sobressaem o VLT e o BRT, podendo-se também considerar os metrôs de superfície, os metrôs subterrâneos e os deslocamentos não motorizados”.

  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário