Nem carros, nem metrô - cidades têm que incentivar pedestres

Segundo pesquisa da Green Mobility, 63% dos paulistanos gostariam de ir trabalhar a pé. Calçadas ruins e medo da violência afastam pedestres das ruas

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Fonte: Exame.com  |  Autor: Beatriz Souza  |  Postado em: 21 de novembro de 2013

Apenas 30% dos paulistanos de deslocam a pé

Apenas 30% dos paulistanos de deslocam a pé

créditos: Wilson Dias/ABr

 

Moradores de grandes cidades brasileiras que usam metrô cotidianamente o elegem quase sempre como a melhor e mais confortável solução para os problemas de transporte. Mas, de acordo com uma pesquisa feita em São Paulo pela consultoria Green Mobility, 63% dos moradores da capital paulista gostariam de ir trabalhar a pé. Juntando esse desejo com a realidade - hoje, apenas cerca de 30% das pessoas se deslocam como pedestres na cidade -, chega-se à conclusão de que esse meio de transporte ainda requer muita atenção no Brasil.

 

Segundo Lincoln Paiva, presidente da consultoria Green Mobility, que participou do EXAME Fórum de Sustentabilidade nesta terça-feira, apenas 25% das pessoas fazem um trajeto de 3 km ou menos para ir ao trabalho.

 

"Essa distância é razoável de ser feita a pé, mas as pessoas não vão porque as calçadas são ruins e porque têm medo de assaltos", afirma ele.

 

Embora sempre que se fale nos problemas de mobilidade urbana, os valores dos investimentos necessários sejam muito altos, nesse caso uma política de conservação das calçadas e boa iluminação das ruas seriam suficientes para tirar uma parte das pessoas dos carros, ônibus e trens já saturados. 

 

Existe ainda a questão de desenvolver novas centralidades na cidade, para evitar que as pessoas tenham que cruzar regiões no deslocamento casa-trabalho. 

 

Ônibus x metrô

Segundo Adalberto Maluf, diretor da rede C40 - Grupo de Cidades Líderes pelo Clima, que reúne metrópoles como Nova York, Tóquio, Singapura, Bogotá, São Paulo e Rio de Janeiro -, não faz sentido as cidades investirem bilhões de reais na construção de novas linhas de metrô quando a esmagadora maioria da população anda de ônibus.

 

"Nenhuma região metropolitana do mundo resolveu seus problemas de mobilidade fazendo metrô. Ônibus é o caminho", decretou. Ele disse ainda que, quando se trata de justiça social, investir no metrô é ainda pior, porque o dinheiro gasto para construir apenas uma linha seria suficiente para construir, faixas exclusivas, corredores de ônibus e BRTs para atender uma quantidade muito maior de pessoas.

 

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