O governo do estado de Mato Grosso admitiu que a principal obra da Copa do Mundo em Cuiabá, a instalação do metrô de superfície Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), só será concluída em dezembro deste ano, ao menos seis meses após a última partida do torneio na capital e nove meses após o prazo original do contrato de R$ 1,477 bilhão. A informação partiu do titular da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, em entrevista à TV Centro América nesta segunda-feira (6).
Com prazo contratual de execução marcado para março, as obras de implantação do modal de transporte tiveram início em junho de 2012, mas os 22 km de trilhos sequer começaram a ser instalados. Eles devem se espalhar em dois eixos na região metropolitana da capital. O principal terá extensão de 15 km entre a região do CPA, em Cuiabá, e o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.
Parte de um pacote de 56 obras de preparativos para a Copa lançados pelo governo do estado, o projeto do VLT é o único que não ficará totalmente pronto durante o evento, reconheceu Guimarães, que nos últimos meses já vinha falando na possibilidade de ampliar o prazo de execução no contrato original. Apenas um trecho de um dos eixos do VLT estará pronto durante o torneio da Fifa, afirmou.
“Nós estamos trabalhando com o VLT para conclusão até o Mundial da linha 1, do Aeroporto ao CPA, mas priorizando para que esteja em pleno funcionamento do Aeroporto ao Porto [bairro da região portuária de Cuiabá]. Toda a implantação da via permanente já iniciou. Toda a parte de trilhos no centro de manutenção já está instalada e agora começa o lançamento dos trilhos na Avenida João Ponce de Arruda e FEB [vias próximas ao Aeroporto]. Portanto, a conclusão total é para dezembro”, informou o secretário nesta segunda.
Ou seja, conforme o anúncio do secretário, durante os jogos da Copa do Mundo o trem movido a energia elétrica não deverá abranger nem metade da malha urbana prevista na capital.
Simulação mostra trecho do VLT na Avenida Prainha, centro de Cuiabá, parte da linha 1. Segundo a Secopa, porém, nem este trecho estará servido pelo trem durante a Copa. (Foto: Divulgação / Secopa)
Um anúncio oficial de entrega em atraso das obras já era esperado. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, admitiu durante sua última visita a Cuaibá que apenas uma parte do VLT deveria ficar pronta a tempo da competição.
Depois disso, o governo passou a falar que estudava um aditivo ao contrato original com o Consórcio VLT (formado por três empresas) a fim de readequar o prazo e o cronograma de execução do projeto. O aditivo ainda não foi publicado.
Segundo Guimarães, porém, agora o ritmo das obras será intensificado após a superação de obstáculos como a retirada de interferências e desapropriações ao longo do trajeto. Na região mais próxima do aeroporto, por exemplo, ele explicou que faltam cerca 15% dos trabalhos de drenagem para finalizar a pavimentação e o calçamento e, então, iniciar o lançamento dos trilhos.
“De agora pra frente é rápido. Nós vamos lançar em torno de 200, 300 até 400 metros trilhos por dia”, assegurou.
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