'Smart cities' terão carros sem motoristas

Soluções inovadoras pelo mundo dão mais conforto a habitantes

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Fonte: O Tempo  |  Autor: Raquel Sodré  |  Postado em: 05 de maio de 2014

Modelo de carro autoguiado

Modelo de carro autoguiado

créditos: Open City

 

Quando falamos em cidades do futuro, um dos temas que certamente aparecem nas discussões sãos as “smart cities”, ou cidades inteligentes. Elas são definidas como cidades que investem em seu capital social e humano e também em variadas formas de comunicação, desenvolvimento sustentável e uso racional dos recursos, dentre outras coisas. As cidades inteligentes foram alvo de muitas discussões no Fórum Urbano Mundial, que neste ano foi realizado na cidade de Medelín, na Colômbia.

 

Acendimento

“Uma coisa que se tem falado muito é na implantação de sensores para diversos fins, acendimento automático das luzes e acesso a serviços, por exemplo”, cita Jhessica Reia, pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio.

 

Os projetos das cidades inteligentes incluem também soluções mais “futuristas”, como os veículos ditos autônomos – que se locomovem sem motoristas. “Não temos dados para comprovar, mas acredito que, em dez anos ou menos, vamos ter carros autônomos em nossas cidades”. A declaração é do diretor executivo de Estratégia e Inovação da Intel Brasil, Fernando Martins, em entrevista a O TEMPO. A previsão que ele dá para a chegada da tecnologia pode parecer pequena, mas é uma eternidade quando se trata de inovação. “Dez anos atrás, nós não tínhamos o Facebook, nem o Skype, nem os smartphones. A tecnologia para que tenhamos veículos autônomos em nossas cidades já existe. A adoção dela depende muito dos benefícios que elas trazem”, defende.

 

Uma pesquisa da Intel revelou que os brasileiros estão de braços abertos para esse novo modelo de cidade. Os resultados mostraram que 62% dos participantes gostariam de viver em uma cidade sem motoristas. “O que mais nos impressionou foi que 84% aprovam abrir mão da privacidade, cedendo dados pessoais” para ter maior fluxo no trânsito”, revela Martins.

 

Outras tecnologias já estão em uso dentro e fora do Brasil. É o caso do Posto do Futuro e do Centro de Operações do Rio (COR), ambos funcionando na cidade do Rio de Janeiro. “Costumo dizer que o COR é uma grande caixa de ferramentas para os órgãos que o compõem, para a prefeitura e para os cidadãos”, comenta o chefe executivo do órgão, Pedro Junqueira. Abaixo, apresentamos essas e outras soluções inovadoras para as cidades.

 

BRT

O transporte público será um desafio das cidades do futuro. O BRT, que opera em Curitiba há 40 anos e foi inaugurado em BH este ano, é uma das alternativas encontradas. “O BRT se mostrou mais barato do que sistemas de metrô, mas têm certas limitações quanto à capacidade”, pondera Alexander Erath, do The Future Cities Laboratory.

 

Ar puro

O projeto de um escritório londrino de arquitetura pretende dar à cidade de Pequim, na China, “oásis” de ar limpo. Para resolver o problema crônico de poluição na cidade, os arquitetos sugeriram a instalação de estruturas fechadas cheias de vegetação. As plantas no interior da “bolha” purificariam o ar dentro das estruturas.

 

Ônibus

Na Noruega, pontos de ônibus municipais anunciam os horários dos coletivos via Twitter. O passageiro também pode escanear o QR Code (tipo de código de barras lido por smartphones) afixado ao ponto onde está esperando o ônibus e dar um depoimento sobre sua experiência. Aqui no Brasil, o Rio de Janeiro já está experimentando algo similar. Os usuários de ônibus da cidade podem baixar em seus celulares um aplicativo para reclamar das infrações cometidas pelos coletivos. Por ele, é possível identificar o ônibus que a pessoa pegou e a infração cometida.

 

COR

Na cidade do Rio de Janeiro, o Centro de Operações do Rio (COR) monitora ocorrências nas vias urbanas. São 80 telas que recebem informações de cerca de 1.000 câmeras espalhadas por toda a região metropolitana do Rio. No Centro, trabalham aproximadamente 400 pessoas de 30 organizações municipais, estaduais e até privadas. Foi o funcionamento do COR que minimizou os efeitos do acidente em que um caminhão derrubou uma passarela na Linha Amarela. “Nosso mantra aqui é ‘salvar vidas e minimizar transtornos’, revela o chefe executivo do COR, Pedro Junqueira.

 

Sensores

A cidade espanhola de Santander é uma das que já utilizam tecnologias das chamadas “cidades inteligentes”. Lá, mais de 12 mil sensores foram instalados, gravando informações que vão desde a poluição do ar até as vagas livres de estacionamento. Além disso, as luzes possuem sensores de presença: se acendem quando há gente passando e se apagam quando o trecho está vazio. Essa medida economizou uma média de 25% de energia elétrica para o município. O investimento total feito na modernização da cidade foi de 11 milhões.

 

Posto de gasolina

Em um posto de gasolina na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, alguns clientes entram, abastecem seus carros e saem sem pagar. É que no Posto do Futuro, uma parceria entre a empresa de tecnologia Intel e a Petrobras, os clientes da região receberam sensores que reconhecem o veículo, quem está dirigindo e envia a conta diretamente para o cartão de crédito da pessoa. Além disso, o posto avisa quando está na hora de dar manutenção, exibe conteúdo personalizado em um painel digital e ainda sugere produtos da loja de conveniência de acordo com o perfil do consumidor.

 

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