Curitiba sinaliza faixa para ciclistas em avenida central

Capital paranaense implanta faixa para bicicletas na Avenida 7 de Setembro, a principal da cidade

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Fonte: Gazeta do Povo  |  Autor: Fernanda Trisotto e Lucas Gabriel Marins  |  Postado em: 05 de junho de 2014

Curitiba inaugura

Motoristas ainda invadem a faixa preferencial

créditos: Gazeta do Povo


Apontada como exemplo em soluções de mobilidade urbana, Curitiba passou por um período de poucas novidades na área. Agora, de uma vez só, aparece com duas mudanças que estão causando burburinho entre motoristas, ciclistas, pedestres e usuários de ônibus. A Via Calma, na Avenida Sete de Setembro, é a primeira proposta brasileira para incluir a bicicleta em uma via compartilhada. Já na Rua XV de Novembro, um trecho de 2,5 km está recebendo a primeira faixa exclusiva para ônibus da cidade, que deve beneficiar onze linhas de ônibus.
 

Embora ainda não tenham sido oficialmente inauguradas, a pintura das faixas, os tachões e as placas de sinalização já instaladas nas vias têm gerado dúvidas sobre como usar os espaços. Para o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Póvoa Pires, essas mudanças refletem uma opção de priorizar o ser humano. “A administração municipal apostou que a tolerância, espírito de cidadão e a possibilidade de usufruir a cidade vencem”, comenta.
 

Via exclusiva
Como a Via Calma, a faixa exclusiva de 2,5 km na Rua XV de Novembro, entre a Av. Nossa Senhora da Luz e Rua João Negrão, também afetou o trânsito na região em que foi implantada. Antes com três faixas de rolamento e uma para estacionamento, a via ficou com duas faixas para veículos e uma terceira, à direita, para os ônibus de onze linhas que passam pelo local, transportando 45 mil pessoas. De acordo com a Urbs, a estimativa é de que a faixa dê um ganho de velocidade operacional de pelo menos 5%.


A secretária de trânsito Luiza Simonelli explica que, apesar de a sinalização estar praticamente pronta, com a pintura no chão e os tachões, a prefeitura ainda faz os últimos ajustes na via. “Teremos uma conversa com os comerciantes da região, que pediram a instalação de um remanso. Essa obra é uma aposta nossa para aumentar a fluidez no trânsito”, diz.


O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, diz que nesta semana haverá uma ação de panfletagem para orientação de motoristas – de carros e ônibus – e só então a fiscalização começará. “A faixa está projetada para ser exclusiva em tempo integral, mas obviamente teremos períodos de avaliação”, diz.

 

Sem respeito
Na segunda-feira (2), a reportagem do jornal Gazeta do Povo percorreu toda a Via Calma, da Rua Mariano Torres à Praça do Japão. No percurso, dois carros usaram a pista exclusiva de ciclistas para estacionar – o primeiro, de uma construtora, ficou 10 minutos; o segundo, da Copel, permaneceu por 10 minutos. Motociclistas também usam a faixa.

As duas intervenções são apenas o começo. A tendência é de que mais vias calmas e faixas exclusivas para ônibus ganhem espaço na cidade. “A médio prazo, vamos ter o metrô e a parte de cima, onde o expresso está, será um parque linear e a ciclovia terá outra função. Isso vai mudar a paisagem urbana”, diz Pires.

 

O Ippuc já tem projetos para implantar a Via Calma em outras ruas por onde passam as canaletas do biarticulado. Caso a avaliação da iniciativa seja positiva, a Av. João Gualberto será a próxima a receber a intervenção.

 

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