Bike-táxis burlam restrição da Fifa e levam torcedor ao estádio

Em Fortaleza, a solução criativa poupa o torcedor de enfrentar o calorão de 34° nos três km interditados pela Fifa para chegar à entrada do Castelão

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Fonte: UOL  |  Autor: José Ricardo Leite  |  Postado em: 18 de junho de 2014

Torcedor pedala o bike-táxi para chegar ao estádio

Torcedor pedala o bike-táxi para chegar ao estádio

créditos: José Ricardo Leite/UOL

 

Na partida entre Uruguai x Costa Rica, sob o calor de até 34 graus de um sábado (14) quase sem nuvens em Fortaleza, o torcedor tinha que vencer o trajeto de três quilômetros  - trecho interditado pela Fifa  - para chegar ao estádio Castelão. A solução veio da criatividade do cearense: o transporte por bicicletas, com vários bancos e transformadas em táxi.

 

Para não enfrentar os longos trechos com pouca sombra, alguns torcedores mais cansados pagaram os R$ 10 cobrados pelos "taxistas do pedal" para levá-los até a porta do estádio. A federação internacional de futebol não impede que bicicletas circulem nas redondezas.

 

Uma delas chegava a ter até sete bancos, todos com pedais para que os torcedores pudessem ajudar a pedalar e chegar mais rápido à entrada da arena.

 

"Vale, vale muito a pena pegar isso. É bem mais sossegado, cansamos bem menos e ainda temos nossos braços livres para para tomar a nossa cervejinha", falou Fernando Milanello, que ia ao jogo com a camisa da seleção brasileira e mais seis companheiros juntos.

 

Senso de oportunidade

Somente nessa tacada a bicicleta táxi de Naílton Gomes já angariou R$ 70. Ele é o dono desse veículo e o trouxe na madrugada da região da praia para a do estádio. Diz que desde às 8h30 ele e mais dois companheiros já estavam a postos para as viagens.

 

"É bom que dá para angariar um dinheiro com isso. Ajuda bastante. Eu sou comerciante da cidade e trabalho com locação de bicicleta, mas vir pra cá em dia de jogo já pode garantir um extra a mais ainda", explicou.

 

Naílton disse que teve a ideia de usar as bicicletas interligadas na Copa das Confederações e que em um dia de mito movimento chegou a lucrar até R$ 2.000.

 

Muitos torcedores nas redondezas do estádio reclamaram das longas distâncias percorridas no sol e calor até chegarem à porta do estádio. "Ninguém merece caminhar nesse calor, isso é demais, é desnecessário", reclamou o uruguaio Rodrigo Bstrada. "O acesso para chegar aqui é muito ruim, caminhar a essa hora do dia, com esse calor, não dá", endossou o companheiro Pablo Paladino.

 

A uruguaia Teresa Loureiro caminhava bem devagar com a sua família, com várias pausas para beber uma água em uma garrafa de dois litros que a família carregava. "Isso está sendo horrível. Por que não fazer um limite de três ou quatro quarteirões? Mas tudo isso, é necessário?", questionou.

 

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