No Rio, trânsito mata quase duas pessoas por dia

Anualmente, são mais de 600 óbitos. Acidentes com mortes cresceram 24,4% do primeiro semestre de 2013 para este ano e são mais comuns em bairros das zonas Norte e Oeste

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Fonte: CBN Rio de Janeiro  |  Autor: Nathalia Toledo  |  Postado em: 08 de setembro de 2014

Número de Mortos no Rio de Janeiro em 2014

Número de Mortos no Rio de Janeiro em 2014

créditos: Reprodução

 

Acidentes de trânsito mataram 321 pessoas na cidade do Rio de Janeiro no primeiro semestre, um aumento de 24,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. São quase duas pessoas por dia. O levantamento é do movimento Rio Como Vamos, com base nos dados do Instituto de Segurança Pública. De 2009 a 2013, houve mais de 600 mortes por ano em decorrência de acidentes de trânsito na capital fluminense. Em cinco anos, o número variou pouco e chegou a uma leve queda no ano passado. O assistente administrativo Gutenberg Martins faz o trajeto Zona Norte - Zona Oeste diariamente de casa para o trabalho. Ele, que viu um colega motociclista morrer ao ser fechado por um ônibus, diz que a Linha Amarela e a Avenida das Américas são as vias que dão mais medo:

 

“A Linha Amarela, ela é extremamente perigosa, ainda mais pela manhã, no horário que eu venho, porque diminui uma faixa sentido Barra da Tijuca. Então o cuidado tem que ser enorme porque o carro vem de frente e tem um carro na lateral. Inclusive outro dia eu estava saindo do trabalho, pegando a reta, um carro veio, saiu do condomínio e entrou na minha frente. Por pouco, se eu não estou com a atenção ativa, eu batia no carro e poderia ter acontecido o pior”.

 

 

Em relação à quantidade de feridos em acidentes de trânsito, os números são ainda maiores. Entre 2009 e 2013, houve um aumento anual de aproximadamente mil vítimas pelas ruas da cidade. A cobradora de ônibus Márcia Guimarães está sem trabalhar desde 2012. Ela sofreu fraturas na cabeça, tem placas de titânio e ainda faz tratamentos por causa de uma colisão entre o ônibus em que trabalhava e outro coletivo na Avenida Brasil, em Campo Grande. Para ela, a pior sequela, no entanto, é o trauma de entrar em um veículo e encarar o trânsito da cidade novamente:

 

“Eu to sentindo na pele até hoje porque eu tive que fazer nova cirurgia, passei já por dois procedimentos. Eu tenho pavor de entrar em um ônibus, tenho pavor de falar que eu tenho que sair para fazer alguma coisa. Tenho que ir acompanhada. Já sofri acidente, mas não grave igual a este último que eu sofri”.

 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o tipo de acidente mais comum é a colisão, seguido por atropelamento e queda de moto.

 

Os três bairros com mais acidentes fatais estão na Zona Oeste da cidade. Em Campo Grande, 27 pessoas morreram no trânsito até o meio de 2014. A Barra da Tijuca aparece logo atrás, com 22 mortes, seguida por Jacarepaguá, onde houve 20 óbitos entre janeiro e junho. Os números dos três bairros juntos representam um aumento de 30% em relação ao ano passado. Mas, por região, é a Zona Norte que lidera o ranking de mortes no trânsito, com 140 somente este ano.

 

Já entre os bairros com menores índices de vítimas de acidentes de trânsito em 2014 estão Santa Teresa, Vila Isabel, Copacabana, Lagoa e Pavuna. Hoje, o município do Rio tem uma frota de 2,8 milhões de carros nas ruas. Por ano, cerca de 167 mil novos veículos entram em circulação.

 

 

Região Administrativa Mortes
Zona Oeste
Bangu 14
Barra da Tijuca 22
Campo Grande 27
Cidade de Deus 3
Guaratiba 11
Jacarepagua 20
Realengo 16
Santa Cruz 15
Região Central
Centro 7
Zona Portuária 4
São Cristóvão 12
Zona Sul
Botafogo 15
Lagoa 1
Copacabana 3
Região Administrativa Mortes
Zona Norte
Anchieta  10
Ilha do Governador 11
Inhaúma 15
Irajá 15
Madureira 14
Maré 1
Méier 7
Pavuna 15
Penha 6
Ramos 19
Rio Comprido 10
Tijuca 8
Vigário Geral 7
Vila Isabel  2
Outros
Não Identificados 11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Para a presidente do Rio Como Vamos, Rosiska Darcy, o maior problema é a imprudência dos motoristas, que não absorvem as campanhas de educação no trânsito, nem mudam o comportamento diante do alto número de multas aplicadas:

“Esse é um problema gravíssimo da cidade e que depende em grande parte do próprio cidadão, porque você poderia dizer que há pouca fiscalização, há impunidade, mas, a ver o número de multas, de janeiro a junho deste ano, um milhão e trezentas mil multas, o que é um número absurdo, percebemos que realmente a principal responsabilidade está com os motoristas”.

 

Segundo o Detran, uma média de 480 mil habilitações são emitidas na capital anualmente. De janeiro a julho, o Rio já soma mais de 300 mil novos motoristas.

 

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