Há 200 anos, a família de Sueshiro Sano sempre fez o que quis com a madeira. Eram especialistas em barcos, mas a perfeição em fazer um leme levou Sano para outros círculos. A roda, o quadro, o guidão... e nasceu a paixão por criar bicicletas. O brilho é alcançado depois de 20 mãos de verniz.
Do primeiro modelo, de 2007, até o mais recente foram várias evoluções. Para Sano, a principal delas foi ter deixado a bicicleta mais leve. Uma delas pesa apenas 7,5 kg. Os detalhes impressionam e até o porta-garrafa é feito de madeira.
O estilo da bike pode variar, mas a madeira é a mesma: o mogno. Fabricar a roda exige mais atenção. São 14 camadas finíssimas, marcadas, cortadas e unidas. Depois de pronta, é impossível achar as emendas na madeira.
O modelo de madeira ultrapassa fácil a bicicleta de corrida comum. Mas é preciso ter paciência e dinheiro: cada bicicleta custa R$ 40 mil e leva três meses para ficar pronta.
Sano fica feliz com a satisfação dos clientes, mas não esconde uma preocupação. Ele não tem para quem transmitir tanto conhecimento. “Os jovens japoneses são materialistas hoje em dia. Nessa profissão, você precisa se dedicar”. O conhecimento de gerações, tal como andar de bicicleta, está num fino equilíbrio.
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