Como será a São Paulo do futuro?

A adesão dos paulistanos à bicicleta pode criar um novo modo de encarar a cidade. Será que dá para imaginar uma São Paulo com menos carros e mais bicicletas?

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Fonte: DCI  |  Autor: Claudia Bozzo - Direto da Redação  |  Postado em: 08 de outubro de 2014

Ciclovia em São Paulo

Ciclovia em São Paulo

créditos: Divulgação

 

 

Dá, dá sim. Isso aconteceu em muitos países. Não são poucas as importantes capitais europeias que aderiram às "magrelas" (ou sempre as usaram), assim como costuma muito normal cruzar com ciclistas nos centros históricos de cidades italianas, por exemplo. E não é um equipamento usado apenas por jovens. Em Ferrara, vi há alguns anos, um grupo de senhoras muito elegantes, usando com a maior tranquilidade suas bicicletas para ir ao mercado, trazendo as compras em uma cestinha encaixada junto ao guidão. 

 

E a lembrança da Itália traz de volta outra forte impressão: o inusitado silêncio de Veneza. É uma cidade sem carros ou ônibus. Quando se sai dos centros mais movimentados, como a Praça São Marcos ou o Grande Canal e ruas de comércio, têm-se a forte presença de algo difícil de identificar de início: o silêncio. Como se existisse mesmo o som do silêncio. Andar por lá é uma experiência diferente: ouve-se o som das calças roçando, uma perna na outra. E dá até mesmo a impressão de que se podem ouvir as batidas do coração.

 

Mas onde há automóveis, ônibus, caminhões, o som é outro: a cidade emite um forte e incessante rugido. Já nos acostumamos a ele e praticamente não o ouvimos. Mas é só treinar a audição, e prestar atenção, para notar como o barulho difuso dos motores é invasivo, persistente. Quem quer que tenha trabalhado em um escritório de frente para a Avenida Paulista sabe o que é isso. Aquele rugido, só interrompido pelo ruído mais elevado das sirenes que cruzam vias da cidade, já levou embora a acuidade acústica de muita gente.

 

Paris, por exemplo, tem aderido ao uso da bicicleta com entusiasmo. É verdade que a topografia por lá ajuda muito. Uma cidade plana, em sua maior parte, com pavimentação cuidada. Ainda mais depois que os paralelepípedos, usados como barricadas nas revoltas da década de 1960, foram substituídos pelo asfalto.

 

A prefeitura tem um serviço, que permite ao cidadão pegar a bicicleta (vélo) em um ponto (são 1.800 ao todo) e devolvê-la em outro, 24 horas por dia, 7 dias por semana. É o Vélib, que possui até um cartão anual de uso e tem 20 mil bicicletas disponíveis.

 

O sistema tem um site e algo que chama bastante atenção são as recomendações de segurança dadas aos usuários, como a atenção aos outros ciclistas, evitar fechadas, checar o estado do veículo, cuidar da própria visibilidade à noite, usar capacete, optar pelas faixas de ciclistas e outras. Embora pareçam óbvios, os conselhos são importantes e deveriam ser adotados também em São Paulo. Mesmo porque, a fraca iluminação de nossas ruas muitas vezes traz um risco desnecessário aos ciclistas.

 

Os paulistanos vão se acostumar à presença dos ciclistas e tratá-los cada vez com maior civilidade. E quem optar pelas duas rodas, cada vez o fará com maior responsabilidade, cuidado e atenção. Dizer que há espaço para todos é ir um pouco longe demais. Mas vamos chegar lá. Tomara.

 

À administração da cidade cabe a tarefa de cuidar bem da pavimentação das nossas ruas, sem dar preferência apenas aos ciclistas, e lembrando que há pessoas que precisam de seus carros e da imensa quantidade de motoqueiros que batalham seu dia a dia por esses mesmos caminhos.

 

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