São Paulo inaugura faixa de pedestres em X

Projeto-piloto poderá ser implantado em outros cruzamentos da capital paulista, disse o secretário Jilmar Tatto

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa/ Mobilize  |  Postado em: 08 de dezembro de 2014

Faixas azuis em fase experimental: rua Riachuelo X

Faixas azuis em fase experimental no Centro de São Paulo

créditos: Marcos de Sousa / Mobilize Brasil


A prefeitura de São Paulo planeja reduzir a velocidade do tráfego de veículos automotores para melhorar a segurança e as condições de circulação de pedestres e ciclistas. A afirmação foi feita hoje (8) pelo secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto, em entrevista concedida à imprensa no Largo São Francisco, no centro da cidade. 



O secretário Jilmar Tatto (Transportes) durante a entrevista, no local das novas faixas de pedestres 

 

Acompanhado de técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego, Tatto inspecionava o início de operação da primeira faixa de pedestres em X implantada na capital paulista: "Ainda é um projeto-piloto e se funcionar vamos estender a solução aos cruzamentos mais movimentados de São Paulo", explicou o secretário.

Com o novo sistema, os semáforos fecham simultaneamente nas duas direções do cruzamento, permitindo que as pessoas atravessem pelas faixas convencionais ou cruzem as avenidas em diagonal, de forma a ganhar tempo quando é necessário atravessar as duas ruas do cruzamento.


No primeiro dia da operação poucos pedestres se animaram a atravessar pelas faixas diagonais azuis. As pessoas ainda de sentiam intimidadas em usar a novidade, com receio de que o semáforo abra no meio da travessia. 

 

De fato, apenas cinco segundos depois que o farol verde sinaliza a travessia dos pedestres, o vermelho começa a piscar obrigando uma corridinha para "salvar a pele". Mas, segundo os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) presentes ao no local, os semáforos permanecem 18 segundos piscando, tempo suficiente para uma travessia segura, mesmo de uma pessoa idosa.

 

Mas, apesar da informação, nada como uma experiência prática, e lá fomos nós. Conclusões: não é nada confortável atravessar uma avenida larga, repleta de carros, ônibus e motos - estas últimas acelerando continuamente seus motores - vendo a luzinha vermelha piscando e anunciando que o farol vai abrir a qualquer momento. Pergunta óbvia: não seria mais informativo um semáforo digital, que mostrasse o tempo restante ao pobre pedestre?

Nos EUA, pedestres bailavam de alegria
O sistema foi usado primeiro no Canadá e depois nos EUA, nos anos 1940, mas caiu em desuso porque os engenheiros de trânsito decidiram priorizar o tráfego de veículos. Agora, em função de garantir o conforto e segurança dos pedestres, as faixas em X voltaram a ser adotadas em várias cidades do mundo, como Tóquio, Londres, Chicago, Auckland (nova Zelândia), e em várias localidades do sul da Austrália.


Conhecida como "Barnes Dance" a travessia em X homenageia o engenheiro de tráfego Henry Barnes, que foi um forte defensor da solução, ainda nos anos 1940. Diz a lenda que Barnes observara as dificuldades de sua filha para atravessar as ruas, no caminho para a escola e que decidiu implantar um protótipo da faixa no cruzamento diante de sua casa, em Denver, no Colorado, em 1940. Na época, um jornalista escreveu que a faixa em X havia deixado as pessoas tão felizes que elas estavam dançando pelas ruas. Daí, Barnes Dance.

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