Isto é uma passarela?

Leia o Editorial da Newsletter semanal de número 176 do Mobilize Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 28 de agosto de 2015

Passarela do Iguatemi, em Salvador

Passarela do Iguatemi, em Salvador

créditos: Reprodução


Antes de mais nada, um lembrete importante: nesta semana estamos retomando a Campanha Parceiro Contribuinte, alternativa que encontramos para financiar a renovação do Estudo Mobilize e a atualização da seção Acompanhe a Mobilidade, entre outros projetos que temos para os próximos doze meses. Acesse a área de doações e contribua. Se puder, compartilhe a campanha com seus amigos.


De Salvador recebemos as imagens e o artigo assinado pelo arquiteto Henrique Oliveira de Azevedo (blog Rua de Gente), que destaca um problema comum a várias cidades do país: as passarelas de pedestres, quase sempre mal conservadas, sujas, escuras ou absolutamente congestionadas, como é o caso da passarela do Iguatemi, que liga o Shopping ao Terminal Rodoviário da cidade (foto).


Lá na capital baiana repetiu-se o velho erro de construir avenidas larguíssimas sem prever pontos seguros de travessia aos pedestres. Daí, como remendo, surgem as passarelas. Cabe aqui a questão reiterada mil vezes pela especialista Meli Malatesta: Não seria mais justo rebaixar a pista de automóveis nesses pontos e deixar largas faixas de travessia de pedestres ao nível das calçadas? Apenas para lembrar, em 2014 Salvador registrou 1.690 atropelamentos, com 89 mortes de pedestres.


No Rio de Janeiro, a novidade é o estudo da Firjan sobre o potencial ainda não explorado do transporte em barcos urbanos. Segundo a pesquisa, seria possível fazer 14 novas linhas aquaviárias na Região Metropolitana do Rio, as quais poderiam absorver 272 mil viagens diárias e tirar cerca de 100 mil carros das vias.


O número ganha maior relevância com a informação recente de que 53% dos cariocas moram a mais de um quilômetro de distância de estações do metrô, trem ou do BRT, o que faz muita gente preferir usar carros ou motos. Barcos - e bicicletas - poderiam fazer pontes muito eficientes no trajeto casa-trabalho-escola-casa, com economias de recursos na ordem de bilhões de reais.


Em São Paulo, o governo do estado anunciou um recuo no programa de parcerias-público-privadas, o que vai provocar a paralisação ou atraso de uma série de obras de mobilidade, incluindo metrô, trens urbanos e monotrilhos. Segundo o governo as obras serão "readequadas e atualizadas", mas sem prazo de execução. Pobre paulista :-(


Mais a oeste, Cuiabá anunciou que lançará novo edital para os transportes públicos em setembro próximo, com ou sem a obra do VLT, que está paralisada por questionamentos judiciais. Apesar das ressalvas, a novidade merece ser comemorada porque a capital mato-grossense opera uma frota de ônibus velhos e sem ar condicionado, detalhe que faz enorme diferença no clima tórrido da cidade.


Agora, vamos à Europa. Na próxima semana estrearemos uma série de textos assinados por Sílvia Cruz e Marijke Vermander. Elas percorrerão 215 km na Dinamarca somente com meios ativos. Sílvia vai correndo, Mari vai de bike, como forma de apoio à colega brasileira. Fotos e memórias da viagem serão publicadas no blog Mobilize Europa.


Ainda da Europa, vem a notícia de que Paris vai ficar quase sem carros durante todo o dia 27 de setembro, como forma de marcar a Semana de Mobilidade Urbana. Será que teremos algo parecido aqui nas cidades brasileiras?


Antes que você responda, uma dica: nesta terça-feira, 1º de setembro, às 19h30, o Mobilize participará de um dos encontros do projeto Inquietações_SP, aqui em São Paulo, uma iniciativa que pretende estimular as pessoas a olhar e discutir suas cidades. Assista à transmissão ao vivo pelo canal Youtube Space.


Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil

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