Projeto de mobilidade ativa quer qualificar deslocamentos a pé e de bicicleta no DF

Modelo de crescimento do Plano Piloto, baseado no carro, não serviu para a região metropolitana, gerando em toda a capital federal padrões de deslocamento insustentáveis

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Fonte: CTMU  |  Autor: Karolina Oliveira  |  Postado em: 17 de novembro de 2015

Brasília discute melhorias para o transporte ativo

Brasília discute melhorias para o transporte ativo

créditos: CTMU

 

O Plano Piloto de Brasília, elaborado em 1957, hoje engloba apenas 10% dos atuais 3 milhões de habitantes da capital federal. As demais regiões – como Ceilândia, Planaltina, Gama e Taguatinga – não cresceram seguindo o mesmo modelo, e hoje milhares de pessoas deslocam-se todos os dias saindo dessas áreas em direção ao Plano Piloto, que concentra a maior parte da atividade econômica da cidade.

 

Brasília, sabe-se, foi projetada para o uso do automóvel, com avenidas largas e serviços divididos em setores, resultando em distâncias muitas vezes longas demais para os trajetos a pé ou de bicicleta. Cinquenta anos depois, o modelo tornou-se insustentável, e uma das soluções adotadas em cidades do mundo inteiro para qualificar a mobilidade tem no transporte ativo e não motorizado o principal foco de ações.

 

“Os deslocamentos feitos por modos não motorizados, principalmente os trajetos a pé, sofrem com a falta de infraestrutura. (…) A constatação é que os pedestres e ciclistas são preteridos de segurança, conforto e informação, enquanto os modos motorizados possuem espaços físicos cada vez maiores e sinalizações mais aprimoradas.”

 

A constatação acima é do projeto Mobilidade Ativa no Entorno das Estações de Metrô, lançado este ano para estimular o uso do transporte coletivo e tentar racionalizar o uso do carro em Brasília. O projeto foi concebido para mudar essa realidade, facilitando as condições de deslocamento das pessoas que optarem por ir a pé ou de bicicleta até as estações e usarem o transporte coletivo para circular pelo Distrito Federal. Além das estações, o plano contempla também outras áreas de grande movimento, como hospitais e centros de comércio.

 

A ideia é não apenas implantar ciclovias ou reformar calçadas, mas fazer isso em vias estratégicas, que de fato conduzam as pessoas para seus destinos. Afim de compreender as necessidades de deslocamento da população, o estudo realizado considerou o comportamento das pessoas em diferentes áreas da cidade. As ações previstas no projeto envolvem tanto as cidades-satélites quanto o próprio Plano Piloto: a intenção é mudar a configuração da área, para que se torne menos atrativa ao uso do carro como é hoje.

 

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