ONU alerta para a diminuição dos espaços públicos nas cidades

Para evitar a diminuição da qualidade e da quantidade dos espaços públicos, 700 autoridades reunidas em Barcelona propuseram uma política urbanística participativa

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Fonte: Archdaily  |  Autor: Amanda Marton e Romullo Baratto  |  Postado em: 17 de maio de 2016

Plaza de Armas de Santiago, Chile

Espaço público no Chile: Plaza de Armas de Santiago

créditos: Wikimedia Commons

 

Sem praças, sem calçadas largas para os pedestres nem transporte público para todos os habitantes. Assim poderão ser as cidades do futuro se as prefeituras e órgãos responsáveis não perceberem os riscos de um crescimento urbano desordenado, afirmou a ONU Habitat.

 

Na busca por evitar tais previsões, se reuniram recentemente em Barcelona 700 representantes municipais e da sociedade civil durante um encontro que precedia a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Urbano Sustentável (Hábitat III) que acontecerá em outubro em Quito, Equador.

 

Durante o encontro, os participantes consideraram que o espaço público (entendido por eles como "lugares de propriedade público ou de uso público, acessíveis e agradáveis para todos de forma gratuita e sem intenção de lucro, o que inclui as ruas, espaços abertos e instalações públicas") deve ser o centro de todas as atividades sociais, sejam culturais, políticas ou econômicas. Também exigiram que os espaços públicos sejam mais bem pensados para os pedestres e vincularam a manutenção dos espaços públicos com o direito a uma moradia digna.

 

Política urbanística participativa 

Para evitar a diminuição da qualidade e da quantidade dos espaços públicos, a ONU propõe uma política urbanística participativa que tenha em conta a necessidade destes espaços coletivos em bairros antigos e novos. Também aconselha oferecer mais recursos às administrações municipais.

 

Na realidade, o espaço público tem cada vez menos peso nas cidades que estão em expansão: ocupando apenas 21% do total da superfície, segundos os estudos da ONU.

 

Em geral, isto acontece porque o crescimento das grandes cidades está ocorrendo de forma desordenada: apenas 37% das áreas de desenvolvimento contam com planos urbanísticos.

 

Eduardo Moreno, diretor de pesquisas da ONU Hábitat, comentou ao jornal El Mundo sobre esta situação. Segundo ele, "o planejamento gera espaço público, hierarquiza os usos e facilita a coesão social. Crescer fora do planejamento significa deixar o crescimento nas mãos de promotores privados".

 

Entre 17 e 20 de outubro, em Quito, no Equador, será realizada a Conferência Habitat III, que discutirá soluções e buscará conclusões para estes problemas. Para saber mais sobre o próximo encontro do Habitat III, é só clicar aqui.

 

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