Reabertura de ciclovia no Rio depende do estudo das ondas, diz Paes

Relatório sobre impacto na pista deve ficar pronto em 60 dias, afirmou o prefeito Eduardo Paes. Inaugurada em 17/1, Ciclovia Tim Maia custou R$ 44 mi

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Fonte: G1 Rio  |  Autor: Alessandro Ferreira  |  Postado em: 13 de junho de 2016

Coletiva teve participação do prefeito Eduardo Pae

Coletiva teve participação do prefeito Eduardo Paes

créditos: Beth Santos/ Divulgação

 

A Prefeitura do Rio trabalha com a expectativa de reabrir a ciclovia Tim Maia até a Olimpíada, mas a decisão depende da conclusão dos estudos sobre o impacto das ondas na extensão de toda a pista, que estão sendo feitos pela Coppe/UFRJ e pelo Instituto Nacional de pesquisas Hidrográficas (INPH) e devem ser concluídos em 60 dias.

 

A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa no Centro de Operações do Rio nesta segunda-feira (13). No dia 21 de abril, um trecho de cerca de 20 metros da ciclovia, em São Conrado, Zona Sul, desabou pouco mais de três meses após a inauguração. Duas pessoas morreram no local após cair no mar.

 

"Estudos feitos anteriormente não identificaram riscos nos outros trechos, que usam o calçamento já existente", afirmou o secretário municipal de obras, Alexandre Pinto.

 

Segundo o prefeito Eduardo Paes, está sendo criado no Centro de Operações um sistema de monitoramento de ondas não só para a ciclovia, mas também para o risco de ressacas na orla carioca.

 

"A ideia é capacitar o Centro de Operações para monitorar e interditar a ciclovia quando necessário, além de emitir alertas em qualquer ponto da orla em que haja risco para a população devido às ondas. Duas boias de medição de ondas são da Marinha, e outras duas estão sendo adquiridas pela prefeitura para refinar esse monitoramento", explicou Paes, acrescentando que a ciclovia também terá câmeras e sinais de tráfego para agilizar seu fechamento em caso de problemas.

 

Reconstrução

O trecho da ciclovia que desabou em 21 de abril será reconstruído pelo consórcio Contemat/Concrejato, sem custo adicional para o município. Os projetos estão sendo checados pelo escritório Casagrande Engenharia, Contratado para fazer a chamada Conformidade de Qualidade de Projeto a um custo de cerca de R$ 500 mil. Engenheiros da Geo-Rio e da Coordenadoria Geral de Projetos (CGP) do município fiscalizam o projeto.

 

De acordo com Alexandre Pinto, a reconstrução do trecho atingido terá reforço estrutural da plataforma para suportar a pressão da chamada onda centenária, a maior em 100 anos no local, que segundo os estudos tem previsão de 6,6 toneladas por metro quadrado, de baixo para cima.

 

"A limpeza da área já está sendo feita, os três pilares atingidos (48, 49 e 50) foram demolidos e será feito reforço nas fundações dos dois pilares externos, que não foram atingidos. Novos pilares terão 2m x 60 cm e quatro estacas de fixação que penetrarão dois metros na rocha. Os tabuleiros, que compõem a pista da ciclovia, serão ancorados aos pilares, tornando o conjunto mais sólido", explicou Pinto.

 

Paes também falou sobre o andamento das investigações que devem apontar os responsáveis pelo desabamento da pista da ciclovia.

 

"É óbvio que há responsabilidade da prefeitura, até política. Mas essa questão é mais de investigação policial e eu espero que me aponte CPF e não fique apenas nos CNPJ. A culpa política é do prefeito e eu apanho por isso merecidamente", disse Paes, que também criticou o consórcio que fez a obra: "Meu ímpeto é declarar essa empresa inidônea, mas isso não é um ato de vontade política. Ficou claro que houve erro de projeto".

 

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