Como a injustiça na mobilidade urbana produz desigualdade socioespacial

Pesquisa publicada no Urban Studies investiga como os sistemas de mobilidade urbana injustos em cidades do Sul Global não apenas refletem, mas ativamente (re)produzem as desigualdades socioespaciais

Condições do transporte público tem recorte socioe

Condições do transporte público tem recorte socioeconomico

créditos: Adusp

Autor: Pedro da Cunha Rego Logiodice e Mariana Giannotti

Assunto: Estudos e Pesquisas

Abrangência: Sul Global

Ano: 2025

 

Este artigo apresenta o quadro de injustiça na mobilidade urbana como pano de fundo para analisar a acessibilidade e a própria mobilidade urbana, mirando revelar injustiças críticas, que muitas vezes são esquecidas ou passam desapercebidas, no sistema de mobilidade.

 

Ao reavaliar dados e informações de transporte, os autores distinguem os regimes de (i)mobilidade, expondo a interdependência opressiva entre eles, que refletem e reforçam as injustiças entre grupos sociais distintos.

 

Usando dados empíricos do transporte público em São Paulo como prova de conceito, o estudo mostra como as condições de transporte em termos de tarifa e superlotação são moldadas por indicadores sociais, como classe e raça. Áreas predominantemente inabitadas por pessoas brancas apresentam menores índices de superlotação nos transportes (menos de 6 passageiros por metro quadrado) e tarifas reduzidas (menos de 9 reais)

enquanto as zonas ocupadas principalmente por residentes negros de classe baixa sofrem com a superlotação e tarifas mais altas (mais de 18 reais), que subsidiam inadvertidamente as menores tarifas para as classes mais altas.

 

Esta dinâmica demonstra o quanto as condições de precariedade e privilégio podem estar profundamente intrincadas num sistema público de transportes.

 

O argumento e as descobertas do estudo defendem uma mudança de paradigma na pesquisa sobre transporte urbano, enfatizando a opressão entre grupos sociais dentro dos sistemas de mobilidade urbana.

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