Utilizar o espaço público é direito de todo ser humano, o que torna imprescindível a existência de condições apropriadas para tal. No entanto, são poucos os espaços no Brasil que apresentem essas estruturas, tal como observado em um levantamento feito pelo IBGE (2012), o qual constatou problemas como a ausência de pavimentação em 18,3% dos entornos de domicílios particulares permanentes do país, além da ausência de calçadas (31%) e do rebaixamento de guia para acesso de pedestres (95,3%)*.
Contraditoriamente, a negligência com relação à acessibilidade urbana é uma situação comum a planejadores e gestores de diferentes cidades pelo mundo, sendo ela uma das principais responsáveis pelo estabelecimento de relações de baixa qualidade entre o homem e o espaço urbano, bem como pelos subsequentes obstáculos ao desenvolvimento das atividades sociais a ele vinculados.
O recorte desta pesquisa abrange as calçadas de seis quadras do trecho central da avenida Marechal Floriano Peixoto, uma das maiores e mais importantes vias do sistema de transporte coletivo de Curitiba. A avenida tem origem na região central do município e estende-se até o limite de seu perímetro urbano, ao sul. O trecho central da avenida, em particular, compõe parte de uma área de intenso movimento de pedestres, articulando-se com duas importantes praças do município, Tiradentes e Carlos Gomes, e com a rua XV de Novembro, principal rua de uso exclusivamente pedonal de Curitiba.
Considerando a importância dessa avenida para a circulação de pedestres na área, bem como as possíveis consequências de más condições de acessibilidade urbana para transeuntes em diferentes condições de saúde – tais como a falta de acesso a diferentes bens e serviços ali ofertados – questiona-se: como estão as condições de acessibilidade urbana da avenida Marechal Floriano Peixoto?
(*Nota: em 2022, o Censo do IBGE observou que 11,5% dos viviam em vias pavimentadas, mas apenas 18,8% residiam ruas com calçadas livres de obstáculos.)
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