Futurista, Hyperloop pode virar realidade no transporte de carga no Brasil

Empresa negocia com governo sua instalação no país para implantação do novo sistema por cápsulas que movem em alta velocidade por levitação magnética dentro de um tubo

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Fonte: Futuretransport  |  Autor: Futuretransport  |  Postado em: 06 de novembro de 2017

Super trem Hyperloop flutua sobre trilhos com levi

Hyperloop flutua sobre trilhos com levitação magnética

créditos: Reprodução

Um super trem que flutua sobre trilhos com levitação magnética, viajando por um tubo despressurizado a mais de 1.200 km por hora –  isto equivale a percorrer a distância entre São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, em apenas 30 minutos –, esta é a proposta do Hyperloop, que poderá ser implantando no país.

Segundo Rodrigo Sá, da Hyperloop Transportation Technologies (HTT), empresa que está desenvolvendo o incrível veículo flutuante, a companhia pretende investir no transporte de cargas, um dos gargalos do país. Ele explicou que 43% dos acidentes que acontecem nas estradas brasileiras são com transporte de carga e o país perde US$ 1,6 bilhões de dólares por ano com roubos. Sá apresentou o painel “Hyperloop: o futuro da mobilidade” durante a 16° Conferência Anpei, realizada na semana passada em Belo Horizonte. 

“Estamos avaliando montar um Centro de P&D focado em carga no Brasil ou na Índia – estamos negociando com os governos e devemos ter uma resposta até o fim do ano”, informou.

Cápsulas
Concebido originalmente por Elon Musk, CEO da Tesla, que arquitetou os detalhes técnicos do sistema de transporte, mas deixou para as empresas comerciais tornarem sua visão uma realidade, o Hyperloop é uma solução composta por cápsulas que se movimentam sem atrito e em alta velocidade, por levitação passiva magnética, dentro de um tubo.

A proposta é que elas substituam os trens de alta velocidade, cujo uso exige a eletrificação de todo o trilho, resultando em altos custos com energia e manutenção.

Na comparação com os trens tradicionais, segundo Sá, a vantagem é que as cápsulas são capazes de transportar um volume maior de pessoas ou carga, em muito menos tempo e com um consumo bem menor de energia.

“Quando ela começa a andar, e chega a cerca de 20 km por hora, ela levita e não gasta praticamente nada de energia”, explicou o executivo, complementando que toda a energia utilizada será gerada a partir de placas solares instaladas na superfície do tubo, o que pode inclusive gerar excedente e recursos.

O modelo de como o projeto funcionaria foi colocado no papel por Elon Musk – da Tesla e SpaceX – em 2013. A ideia está sendo posta em prática a partir do crowdsourcing, com pessoas do mundo inteiro – dentre as quais cientistas e engenheiros da Nasa, SpaceX, Boeing e MIT – oferecendo suas horas de trabalho em troca de ações na empresa. Atualmente, a companhia conta com 820 colaboradores.

De acordo com Sá, a implantação do Hyperloop custa 1/3 dos valores investidos na construção de um trem de alta velocidade e o dispêndio com manutenção é bem menor. Além disso, como o sistema gera energia excedente que pode ser comercializada, o valor investido pode ser recuperado de 20 a 25 anos. “Estamos vendo uma nova indústria nascer do zero e isso é incrível, é uma oportunidade sem precedentes. É normal que alguns não acreditem, mas sempre foi assim na história. Nós acreditamos e está acontecendo”.

No Brasil
No último dia 7 de agosto, esteve no Brasil o co-fundador da Hyperloop Transportation Technologies, Bibop Gresta, que apresentou o novo sistema de trem flutuante para o ministro dos Transportes, Portos e Aviação, Maurício Quintella. Durante sua estada, Gresta manteve conversações com governos e investidores e, segundo a reportagem do Valor Econômico, governos como o de Minas Gerais já demonstraram interesse em ter o empreendimento em seu território. Hoje, a HTT trabalha na construção da nova tecnologia por cápsulas, e tem contratos já assinados com os governos de Abu Dhabi, Índia, Coreia do Sul e Indonésia.

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