Bike Rio: bicicletas públicas, mas só na zona sul

Serviço já opera em 42 postos com sucesso e experiência deve ser estendida para outras regiões da capital carioca

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Diego Salgado - Mobilize Brasil  |  Postado em: 12 de dezembro de 2011

Bike Rio

Bike Rio

créditos: Divulgação

Um novo sistema de transporte compartilhado de bicicletas faz parte da paisagem da zona sul carioca há seis semanas. Inaugurado no final de outubro com apenas 60 bikes em onze estações na orla de Copacabana, o Bike Rio já conta com 42 postos e mais de 400 unidades. A expectativa é que até o final de 2011, o Rio de Janeiro tenha 60 estações em 14 bairros da cidade.


O Bike Rio foi idealizado e operado pela Serttel, uma empresa de Recife que trabalha com tecnologia aplicada à mobilidade urbana. "A ideia é de 2009, mas só agora conseguimos fechar o patrocínio e colocá-lo em prática", disse Angelo Leite, presidente da empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto, que é patrocinado pelo banco Itaú.


A experiência com bicicletas públicas começou em Copenhague, Dinamarca, e na última década se espalhou por toda a Europa e América do Norte. Na América do Sul, o projeto mais consistente foi implantado nas cidades colombianas de Medellin e Bogotá.


Para o arquiteto e urbanista Otávio Leonídio, o Brasil está muito atrasado na implantação do meio de transporte compartilhado. Além disso, segundo ele, a ideia da bicicleta na calçada, em ciclovia, separada do tráfego de veículos, é um equívoco. "Muitos países estão optando pela ciclofaixa, ocupando uma parte do espaço destinado ao transporte de veículos, dividindo o espaço com automóveis e os ônibus", disse.


"E se houver alguma pretensão de complementar o transporte do Rio, ele tem que se estender à zona norte e oeste", afirmou Leonídio. De acordo com o urbanista, o sistema foi bem recebido pela população. É preciso, no entanto, torná-lo útil para o transporte cotidiano e não apenas para o lazer.


A ideia é tornar o sistema cada vez mais abrangente. Hoje, as estações limitam-se à orla e percorrem 13 km entre a praia do Leblon e o Aterro do Flamengo. Há postos também ao redor da lagoa Rodrigo de Freitas, até o Jardim Botânico.


Projeto


No início de 2012, o uso compartilhado de bicicleta será implantado em Sorocaba, no interior de São Paulo. "A cidade já tem uma boa estrutura", disse Leite. Em João Pessoa (PB) e Petrolina (PE), há um sistema parecido, mas sem a possibilidade de integração.


Em 2008, a Serttel era responsável por outro programa de aluguel de bicicletas na capital fluminense. O Pedala Rio, no entanto, não vingou e o término ocorreu em julho deste ano. Agora, reformulado, o sistema conta com investimento da iniciativa privada. "Foi difícil por ser algo novo. Não havia referência de retorno financeiro", afirmou Leite.


Cartão de crédito e celular


Segundo o presidente da Serttel, o número de inscritos no Rio de Janeiro já chega a 14 mil. São feitas aproximadamente 3 mil viagens por dia com as bicicletas públicas. Para alugar a bicicleta, o ciclista pode utilizar o cartão de crédito.


Na própria estação, pelo celular, deve informar o número do posto e da bicicleta. Após a liberação, o usuário tem 60 minutos, com custo de R$ 5. Há a possibilidade de fazer um plano mensal, com pagamento mínimo de R$ 10. Neste caso, a primeira hora é gratuita e cada hora adicional custa R$ 5. O cadastramento deve ser feito no site www.movesamba.com.br.


A manutenção do sistema também é realizada pela Serttel, que destinou 35 funcionários para a atividade. Além disso, há técnicos nas estações de aluguel, responsáveis por acompanhar as locações. Uma central de operação acompanha a ocupação das estações e procura manter o sistema equilibrado, remanejando as bicicletas entre estações, quando necessário.


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