Hoje é dia de bicicleta. Amanhã (e depois) também...

Hoje, 3 de junho, é o Dia Mundial da Bicicleta. Mas essa maquininha de duas rodas poderia estar nas ruas e na vida de todas as pessoas. Até mesmo quando chove e faz frio

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa / Mobilize Brasil  |  Postado em: 03 de junho de 2025

Dia Mundial da Bicicleta

Dia Mundial da Bicicleta: 3 de junho

créditos: India Today

Dois textos publicados pela manhã nos lembraram que hoje, 3 de junho, é o Dia Mundial da Bicicleta.


A data foi formalizada pela ONU em 2018, conforme a Resolução 72/272, explica o professor André Soares em seu artigo para o Observatório Nacional da Bicicleta. Na publicação, Soares lembrou o outro Dia Mundial da Bicicleta, em 19 de abril, uma festa informal, sobre um passeio de bicicleta feito em 1943 pelo químico Albert Hofmann, depois de experimentar alguns microgramas de uma substância (LSD) que ele havia descoberto dias antes. E também citou o Dia Nacional do Ciclista, celebrado no Brasil em 19 de agosto, para lembrar a morte trágica de um jovem ciclista em Brasília.


Outro artigo, de Rogerio Viduedo, no Jornal da Bicicleta, festeja a bicicleta como meio de transporte leve, saudável, de baixo impacto ambiental. Mas lembra que mesmo as magrelas deixam suas pegadas por aí, nas águas, no solo, na dificuldade em descartar câmeras e pneus usados: "E assim, vivemos os ativistas da bicicleta um dilema filosófico e existencial toda vez que formos trocar os pneus ou lavar a corrente cheia de graxa e lama na com água tratada da torneira e deixar tudo escorrer pelas sarjetas que deságuam em nossos rios e córregos", desabafa Viduedo, jornalista sincero e honesto, como todos deveriam ser.


Bicicletas, se estimuladas e adotadas por todas as pessoas, em todo o planeta, não fariam milagres, mas dariam uma enorme força para melhorar as condições de vida nas cidades e a reduzir das mudanças climáticas. Basta ouvir o silêncio que se estabelece em uma avenida quando os semáforos fecham e apenas os pedestres e ciclistas seguem seu caminho. É uma enorme diferença.

 

O risco dos motores
Há um mês, no dia 5 de maio, o pesquisador Jacob Mason, do ITDP Global, publicou um amplo artigo sobre o estímulo mundial ao uso de veículos elétricos sobre duas rodas.
 
As cidades, as pessoas, começam como simples bicicletas auxiliadas por pequenos motores, mas evoluem para ciclomotores e motocicletas elétricas de alta potência. Ou substituem as motocicletas a combustão por motos elétricas.


Mason observa que como são pequenas, baratas e rápidas, as "motocicletinhas" elétricas e a combustão são bem adequadas para cidades congestionadas, especialmente em países "em desenvolvimento", como a Índia, Indonésia e, por que não, o Brasil. Nos países asiáticos, os veículos de duas rodas são a esmagadora maioria (entre 70% a 80%) dos veículos registrados e embora tenham melhorado o acesso a empregos, educação e aos serviços, seus impactos negativos - especialmente os riscos de acidentes - continuam a crescer.

 

"Veículos elétricos de duas rodas são certamente muito melhores para o planeta, mas seu peso e velocidade ainda podem causar muitos danos às pessoas. Com baterias e motores de alta densidade, os veículos elétricos de duas rodas são mais pesados do que os veículos de duas rodas com motor de combustão interna que substituem. No Vietnã, por exemplo, os ciclomotores elétricos costumam ser duas vezes mais pesados do que os tradicionais, a gasolina (...) Em outras palavras, um número cada vez maior de veículos elétricos de duas rodas nas cidades, assim como os carros elétricos, não é a solução. Para construir um apoio político sólido para a eletrificação de veículos de duas rodas, precisamos abordar essas questões de segurança...", explica o artigo, que segue, apontando boas alternativas sobre duas rodas.


"Apesar desses desafios, o impulso mundial para veículos de duas rodas aponta uma oportunidade. Em vez de simplesmente substituir as motos de alta velocidade por veículos elétricos de duas rodas, temos a oportunidade de avançar mais em direção ao que é benéfico para as cidades: veículos menores e de baixa velocidade e uma mudança para modos mais eficientes, como o transporte público. Enfim, as políticas públicas devem incentivar as pessoas a optar pelo tipo de veículo no topo da tabela a seguir", sugere o artigo de Jacob Mason.





Em suma, por enquanto, as bicicletas simples, baseadas apenas na energia das pessoas, parecem ser a melhor alternativa para os deslocamentos urbanos, sobretudo se houver a possibilidade de integração com trens, metrôs, bondes, barcas, ônibus e outras formas de transportes públicos.


Tem a chuva, tem o frio, a neve, tem o excesso de calor, e as compras pesadas, poderiam argumentar os mais céticos. Mas, como sabemos, para tudo existem os equipamentos, truques e estratégias que só quem pedala conhece. E há, claro, as bikes com motores elétricos, para ajudar a subir as ladeiras com as tranqueiras do dia a dia, especialmente para os mais idosos. Enfim, "eletrificar sem jamais perder a ternura".


De forma geral, pedalar é bom demais. Viva o Dia Mundial da Bicicleta.


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