Em 1973, a revista estadunidense de divulgação científica, Scientific American publicou um gráfico que se tornaria icônico, mostrando a bicicleta como meio de transporte mas eficiente do mundo em termos de energia. Mais de meio século depois, a revista revisitou aqueles gráficos e, em novo levantamento, chegou à mesma conclusão.
Na edição da segunda metade do século passado, o gráfico aparecia em um artigo de 11 páginas escrito pelo professor de engenharia na Universidade de Oxford, S.S. Wilson, abordando a tecnologia das bicicletas. O propósito das bicicletas, segundo o professor, era "tornar mais fácil para um indivíduo se locomover, e isso a bicicleta consegue de uma forma que supera em muito a evolução natural".
Ainda no artigo de 1973, Wilson argumentava: “Quando se compara a energia consumida para se mover uma certa distância em função do peso corporal de uma variedade de animais e máquinas, verifica-se que um homem que caminha sem auxílio se sai razoavelmente bem, mas não é tão eficiente quanto um cavalo, um salmão ou um avião a jato. Com o auxílio de uma bicicleta, no entanto, o consumo de energia do homem para uma determinada distância é reduzido para cerca de um quinto.”
52 anos depois, a prestigiada revista cientifica norte-americana atualizou e relançou o "clássico gráfico", mostra que um humano em uma bicicleta continua sendo o viajante mais eficiente em termos de consumo de energia. Usando mapas de calor e um ciclista em uma bicicleta com uma carenagem aerodinâmica, a Scientific American demonstra que impulsionar um "velomóvel" como esse (diferente de uma bicicleta comum) torna o ciclismo ainda mais eficiente.
Os possíveis incentivos para o aumento do ciclismo são muitos, afirmava Wilson, na década de 1970, incluindo "ciclovias para reduzir o perigo do tráfego de automóveis para os ciclistas, estações de estacionamento para bicicletas, instalações para o transporte de bicicletas por trem e ônibus e bicicletas públicas para o serviço de 'estacione e pedale'. A bicicleta já é frequentemente a melhor maneira de se locomover rapidamente nos centros das cidades. Se alguém fosse dar uma breve receita para lidar racionalmente com os problemas mundiais de desenvolvimento, transporte, saúde e uso eficiente de recursos, poderia fazer pior do que a fórmula simples: Pedale e recicle".
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