Teste avaliou ruído no transporte urbano do Rio e São Paulo

Medição aferiu barulho interno em ônibus, vans, metrôs, trens, teleféricos e barcas, mas não verificou a geração de ruído para fora dos veículos, para o meio urbano

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Fonte: Proteste  |  Autor: Marcos de Sousa/ Mobilize  |  Postado em: 31 de agosto de 2015

Teste avalia ruído em transportes no Rio e SP

Ônibus cariocas: barulho dentro e fora do veículo

créditos: rio.com


Moradores de São Paulo e Rio de Janeiro sofrem com o ruído nos transportes coletivos, apurou pesquisa da Proteste (Associação de Consumidores) e da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO). O levantamento mostra que o problema afeta mais os cariocas do que os paulistanos.

 

Em São Paulo, a média de ruído ficou em 76,7 dB, enquanto no Rio bateu em 80,4 dB. A linha 696 (Praia do Dendê X Méier), no Rio de Janeiro, foi a única acima do limite de 85 dB recomendado para evitar riscos à saúde auditiva: chegou a 86,3 db. Mas, como o decibel é uma função logarítmica, a diferença de alguns pontos é muito relevante.

 

"O fato de os ônibus não registrarem ruídos com potencial para provocar perdas auditivas não deve tranquilizar as autoridades. Acima de 55 dB, as pessoas se sentem desconfortáveis, pois o barulho pode causar irritação, fadiga, queda na produtividade, estresse e até problemas cardíacos", avalia o médico Paulo Roberto Lazzarini, presidente da SBO.

 

Metrô e trem
Nas linhas de metrô nas duas cidades há também mais barulho no Rio. A média no metrô carioca foi 80,5 dB, contra 77,2 dB no metrô paulistano. Mas, nenhuma linha superou os 85 dBecibéis que delimitam o risco de doenças auditivas. A pesquisa abrangeu, além disso, trens de passageiros nestas capitais. A média no Rio foi 79,3 dB, e 72,9 dB em São Paulo. Portanto, maior para os cariocas.

 

Barcas, teleféricos e vans
O pior resultado de todo o teste foi registrado em uma barca que faz a travessia do Rio para Niterói, na linha Cocotá - Ilha do Governador. Como a porta da sala de máquinas estava aberta, o som atingiu 93,4 dB, intensidade que já pode provocar danos auditivos. A média das barcas foi 83,4 dB. No teleférico do Alemão, em Bonsucesso, o som não passou de 68,1 dB. E as vans cariocas foram bem menos barulhentas do que os ônibus: 77,2 dB.


A Proteste e a SBO comunicaram os resultados do teste às Secretarias dos Transportes das Prefeituras Municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Encaminharam, também, o estudo às Comissões de Defesa do Consumidor, Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. E para a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal.

 

Na correspondência, as entidades enfatizaram a urgência de unificar as legislações sobre barulho e poluição ambiental em âmbito federal. "É urgente que todas as legislações que tratem de ruídos e poluição ambiental sejam unificadas e federalizadas", defende Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. Hoje, cada município e estado tem suas leis sobre o tema. 

 

Sugeriram, também, que as prefeituras controlem o nível de ruído nos coletivos das duas capitais, considerando este quesito na elaboração de editais para o transporte público de passageiros. Ressaltaram, também, que ficou evidente a vantagem dos veículos elétricos também em termos de ruído, como ocorre em termos de poluição ambiental.

 

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