Jundiaí pedala por ciclovias

Cidade paulista reuniu crianças, jovens e idosos em bicicletada pedindo segurança e infraestrutura para bikes

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha  |  Postado em: 19 de março de 2012

Mais de 200 ciclistas se reuniram em Jundiaí

Mais de 200 ciclistas se reuniram em Jundiaí

créditos: Alex Rosa

Mais de 200 ciclistas participaram de uma pedalada na cidade paulista de Jundiaí na manhã deste domingo (18)  para exigir da prefeitura ciclovias e mais apoio para a utilização da bicicleta como meio de transporte alternativo.

 

A reivindicação é antiga, conta Alex Rosa, um dos organizadores da pedalada: "Em 2008 já tínhamos encaminhado um pedido à prefeitura, mas até hoje não recebemos nenhuma resposta", diz ele. A cidade de Jundiaí tem grande número de ciclistas e dispõe de vias planas e largas. É o caso das avenidas União dos Ferroviários, Frederico Zanan e Nove de Julho, que atravessam todo o perímetro urbano, mas que não tem ciclovia nem ciclofaixa - apenas de lazer, e em horário limitado, aos domingos. Nem mesmo na estação ferroviária o trabalhador pode deixar sua bicicleta, pois não há sequer um bicicletário, denuncia Alex. A pedalada foi um sucesso, apesar da pouca divulgação. Como próximo passo, diz ele, um novo pedido será redigido e enviado à Prefeitura. 

 

A cidade de Jundiaí conta apenas com uma ciclovia de lazer que interliga o Jardim Botânico ao Parque da Cidade. Um percurso de cerca de 10 km, íngreme, que corta áreas ajardinadas ao lado dos mananciais de água da região.

 

A equipe do Mobilize Brasil esteve em Jundiaí (de bike) e pode perceber a pressão que o automóvel exerce até sobre grupos de ciclistas, como os que se dirigiam à ciclofaixa da av. União dos Ferroviários. Nessa via, os carros cruzam em alta velocidade acuando os ciclistas para uma estreita calçada (a velocidade permitida vai de 50 a 70 km por hora, dependendo do trecho). Essa cultura de automóvel impede que pessoas como a professora Alcione Donate usem a bicicleta para ir até a escola onde dá aulas. "Para mim, seria um ótimo transporte e até já tentei, mas o trânsito é muito rápido e violento, e me dá medo. Os carros não querem saber e empurram mesmo o ciclista para fora da rua", conta.

 

Para viajar a Jundiaí, os dois jornalistas tomaram o trem da CPTM (Linha 7) às 8h na estação Barra Funda (porque o trecho Luz-Barra Funda estava em manutenção) e seguiram com suas bicicletas. Problemas operacionais na linha atrasaram a viagem em 40 minutos no trecho Lapa-Francisco Morato. O trecho seguinte, até Jundiaí, seguiu normalmente, mas o atraso já estava dado. O maior problema no trajeto foi conseguir que uma funcionária do metrô abrisse o portão que permite a integração com a CPTM: mau humor e descaso explicam o episódio, que merece uma ação educativa pela diretoria do metrô. Fora isso, os problemas foram os de todo dia: atraso e trem lotado no retorno a São Paulo. 

 

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Comentários

Hélio Wicher Neto - 23 de Março de 2012 às 11:28 Positivo 1 Negativo 0

Excelente texto. Levanto a questão do uso da expressão "transporte alternativos" para qualificar o uso da bicicleta como meio de transporte. A bicicleta é mais um dos meios de transporte. O uso de tal termo só reforça os preconceitos existentes. abs

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