Desinteresse dos jovens por carros preocupa montadora

A geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem

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Fonte: EMBARQ Brasil  |  Autor: Maria Fernanda Cavalcanti  |  Postado em: 09 de abril de 2012

Jovens lideram movimentos em defesa do transporte

Jovens lideram movimentos em defesa da bicicleta

créditos: Fernando Weno

 

Um recente artigo do The New York Times, da jornalista Amy Chozick, é mais uma prova de que os jovens mudaram. A geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não os convencem e, muito menos, os satisfazem. Uma dessas mudanças importantes está no modo com que os jovens se relacionam com a mobilidade.

 

Há poucas décadas, o carro representava o ideal de liberdade para muitas gerações. Hoje, com ruas congestionadas, doenças respiratórias e falta de espaço para as pessoas nas cidades, os jovens se deram conta de que isso não tem nada a ver com ser livre, e passaram a valorizar meios de transporte mais limpos e acessíveis, como bicicleta, ônibus e trajetos a pé. Além do mais, “hoje Facebook, Twitter e mensagens de texto permitem que os adolescentes e jovens de 20 e poucos anos se conectem sem rodas. O preço alto da gasolina e as preocupações ambientais não ajudam em nada”, diz o artigo.

 

Para entender esse movimento, o texto conta que a GM, uma das principais montadoras de automóvel do mundo, pediu ajuda à MTV Scratch, braço de pesquisa e relacionamento com jovens da emissora norte-americana. A ideia é desenvolver estratégias adaptadas à realidade dos carros e focadas no público jovem para reconquistar prestígio com o pessoal de 20 e poucos anos – público que tem poder de compra calculado em 170 bilhões de dólares, segundo a empresa de pesquisa de mercado comScore.

 

Porém, a situação não parece ser reversível. “Em uma pesquisa realizada com 3 mil consumidores nascidos entre 1981 e 2000 – geração chamada de ‘millennials’ – a Scratch perguntou quais eram as suas 31 marcas preferidas. Nenhuma marca de carro ficou entre as top 10, ficando bem abaixo de empresas como Google e Nike”, diz o artigo. Além disso, 46% dos motoristas de 18 a 24 anos declararam que preferem acesso a Internet a ter um carro, segundo dados da agência Gartner, também citados no texto do NY Times.

 

O que parece é que os interesses e as preocupações mudaram e as agência de publicidade estão correndo para entendê-los e moldá-los, mais uma vez. Só que, agora, com o poder da informação na ponta dos dedos e o movimento da mudança nos próprios pés fica bem mais difícil acreditar que a nossa liberdade dependa de uma caixa metálica que desagrega e polui a nossa cidade.

 

Jovens brasileiros preferem transporte público de qualidade

 

Essa tendência de não-valorização do carro já foi apontada também pelos nossos jovens aqui no Brasil. A pesquisa O Sonho Brasileiro, produzida pela agência de pesquisa Box1824, questionou milhares de ‘millenials’ sobre sua relação com o país e o que esperavam para o futuro. As respostas, que podem ser acessadas na íntegra no site, mostram entusiasmo e vontade de transformação, especialmente, frente aos desafios sociais e urbanos como falta de educação e integração.

 

A problemática do transporte público se repete nos comentários dos internautas no site da pesquisa, que mantém o espaço virtual aberto para todos que quiserem deixar sua contribuição de desejo de mudança para o local em que vivem. A maioria das pessoas que opina enxerga o carro como um vilão que polui e tira espaço da cidade e acredita que a solução está em investimento em transporte público de qualidade. Esse é o desejo dos jovens brasileiros que também já mudaram e agora estão sonhando, mas de olhos bem abertos para cuidar do mundo em que vivem.

 

Este texto foi publicado originalmente no site The City Fix Brasil, por Maria Fernanda Cavalcanti.

 

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Comentários

Pedro - 27 de Março de 2016 às 23:55 Positivo 1 Negativo 1

Eu acho que oque vale é o equilíbrio quando é possivel usar a bicicleta que se use mas quando chove faz frio e o trajeto é  longo? como faz? E quando o trajeto é longo e tem bagagem? Então eu acho que o melhor é ter uma bike e um carro na garagem.

Adilson Silva Didil - 10 de Novembro de 2015 às 00:23 Positivo 1 Negativo 1

ADILSON SILVA DIDIL http://cronisias.blogspot.com.br/search?q=idiossincrasias IDIOSSINCRASIAS - DESPREZO POR AUTOMÓVEIS

Fabio - 07 de Junho de 2013 às 16:59 Positivo 15 Negativo 49

Gente, não sejamos inocentes. A maioria das pessoas não liga pro meio ambiente; é que no carro não dá pra mexer no smartphone/tablet, simples assim! É só ver o pessoal no ônibus/metrô, todos mexendo em seus aparelhinhos. Novo tipo de individualismo.

José Jorge do Nascimento ( Professor JOTA) - 18 de Maio de 2013 às 10:42 Positivo 26 Negativo 5

Concordo com os jovens. Os nossos governantes precisam pensar as cidades para os pedestres, ciclistas e para o transporte público de massa. Ando sempre de bicicleta, a pé ou de ônibus. Levo meus filhos a escola de bicicleta.

José Jorge do Nascimento ( Professor JOTA) - 18 de Maio de 2013 às 10:42 Positivo 8 Negativo 4

Concordo com os jovens. Os nossos governantes precisam pensar as cidades para os pedestres, ciclistas e para o transporte público de massa. Ando sempre de bicicleta, a pé ou de ônibus. Levo meus filhos a escola de bicicleta.

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