Morretes, no Paraná, tem ciclovia inacabada de R$ 500 mil

Dos 13 km de pista asfaltada previstos na ciclovia, apenas 1,5 km foi realizado pela prefeitura

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Fonte: Gazeta do Povo  |  Autor: Da Redação  |  Postado em: 21 de maio de 2012

Ciclista não tem espaço ideal para transitar

Ciclista não tem espaço ideal para transitar

créditos: Oswaldo Eustaquio/ Gazeta do Povo

Todos os dias o artesão José de Lima pedala 13 quilômetros de sua casa, no bairro São João da Graciosa, ao trabalho, no centro de Morretes, Litoral do Paraná. O percurso é feito em um trecho sem acostamento da Estrada da Graciosa, no perímetro urbano da cidade. O que era para ser uma ciclovia, financiada pelo Ministério do Turismo, teve a sua construção interrompida por problemas no projeto, de acordo com o secretário de Finanças da prefeitura de Morretes, Foed Saliba.

 

Enquanto a obra não fica pronta, são os moradores da região que sentem na pele a fragilidade no deslocamento, que é o único caminho até o centro da cidade. “Nos fins de semana, o trânsito é muito intenso, não dá para sair de casa. À noite a situação fica mais perigosa, por não ter iluminação alguma”, afirma Lima.

 

No local

 

A reportagem da Gazeta do Povo foi até o local e encontrou apenas 1,5 quilômetro de ciclovia asfaltada, de um total de 13 quilômetros previstos no projeto que teve recursos liberados pelo governo federal em 2007. No restante do trecho, de acordo com Saliba, foram colocadas pedras como base para a construção da ciclovia. Na maioria do percurso, porém, os pedregulhos já não são mais percebidos, pois o mato tomou conta. E o trecho inicial da obra, que ainda não foi acabada, já precisa de reparos, em função da presença de buracos e saliências no asfalto.

 

Imbróglio

 

De acordo com o secretário de Finanças de Morretes, foi firmado um convênio com o Ministério do Turismo, que destinou uma verba de R$ 1,1 milhão para a reforma e construção de ciclovias no município em 2007. A prefeitura conseguiu licitar a obra por um valor menor, R$ 700 mil, mas problemas no projeto interditaram o empreendimento. “Havia um erro de cálculo para o asfalto. A quantidade de cimento licitada era 43% menor que a necessária. Nem nós nem as sete empresas que participaram da licitação perceberam esse erro”, diz Saliba.

 

O secretário afirma que, dos R$ 700 mil licitados, já foram gastos R$ 500 mil na obra, que compreende desde a adequação em ciclofaixa do acostamento da rodovia PR-411 (no trecho que começa na BR-277 e vai até o centro de Morretes) até a construção da ciclovia entre o centro e o bairro de São João da Graciosa, que está inacabada.

 

Recursos

Convênio tem verba de R$ 9 milhões

 

No portal da transparência do governo federal estão disponíveis informações sobre o convênio 434/2007 firmado entre o Ministério do Turismo e a prefeitura de Morretes. Além da construção de ciclovias, o contrato prevê obras de infraestrutura para o desenvolvimento do turismo, como restaurações em igrejas e melhorias de espaços públicos da cidade. De acordo com o site, o valor total do convênio é de R$ 9.143.443,57 e todo o recurso já foi liberado.

 

O convênio tem vigência até julho. Segundo o secretário de Finanças de Morretes, Foed Saliba, no caso da ciclovia é preciso a liberação do governo federal e a licitação do asfalto para as obras serem concluídas. “O dinheiro foi liberado em 2008 e o restante do recurso está aplicado. A partir da liberação da documentação, em 60 dias poderemos retomar as obras”, afirma. As obras da ciclovia entre o centro ao bairro de São João da Graciosa foram interrompidas no final de 2010.

 

Transporte ideal

 

As ruas planas de Morretes favorecem o deslocamento sobre duas rodas. Como há apenas um ônibus na manhã e outro no começo da tarde, a bicicleta tornou-se um importante meio de transporte para os moradores. “A gente usa a bicicleta para tudo”, diz a comerciante Eliane Cavalheiro.

 

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