Um taxista militante da acessibilidade

José Cestari dirige seu táxi há 19 anos em Porto Alegre. Ele avalia que o motorista deve deixar de ser apenas uma condutor, para se tornar um "protagonista de sua cidade"

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Fonte: Revista Reação  |  Autor: Revista Reação  |  Postado em: 04 de julho de 2012

Um taxista militante da acessibilidade

Cestari: protagonista da cidade

créditos: Divulgação

 

José Cestari dirige seu táxi há 19 anos em Porto Alegre (RS) e, desde 2002, exerce sua atividade na estação rodoviária da cidade. Seria mais um entre tantos profissionais, não fosse seu interesse pelo turismo e por considerar que o motorista deve deixar de ser apenas uma condutor, para se tornar um “protagonista de sua cidade”.

 

Além de dirigir seu carro modelo 2009/10, com Gás Natural Veicular (GNV), ele faz palestras motivacionais para outros taxistas. Por conta disso, já esteve em mais de 87 cidades brasileiras, realizando cerca de cem palestras para quase 3 mil colegas. Entre os muitos eventos que compareceu como palestrante e debatedor, esteve no Primeiro Fórum Nacional dos Taxistas, no Rio de Janeiro, no Simpósio Internacional de Ecoturismo, em São Paulo, em seis edições do Salão Brasileiro de Turismo e em quatro edições da Feira de Produtos e Serviços para Táxi. Seu projeto Táxi Turismo” está inscrito na CFM (Cities for Mobility) em Stuttgart (Alemanha). Ele foi indicado para fazer palestras para os taxistas nas doze cidades-sede brasileiras.

 

Prioridade ao deficiente
O taxista não tem deficiência, mas usa bengala por ter rompido o ligamento patelar esquerdo. A preocupação com a questão está presente em seu trabalho como palestrante. Ele diz que o tema da acessibilidade só recentemente começou a ser mais discutido pela sociedade. “Falo que, quando uma pessoa com deficiência faz sinal para o táxi, ele tem de parar e, se não parar, pode ser chamado pela EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) para explicar qual o motivo de não ter parado”, afirma o motorista gaúcho.


 “Em minhas palestras mostro dois filmes sobre os táxis de Nova York e de Londres, que têm equipamentos de acessibilidade, sendo exemplos de táxi no mundo”, conta Cestari. O profissional do volante avalia que os prefeitos dos municípios brasileiros devem se preocupar um pouco mais com acessibilidade em suas cidades, colocando opções para o transporte de pessoas com deficiência, como: táxis, vans, ônibus e veículos especiais. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, ele conta que começou em abril um processo de escolha de novos permissionários de táxi com acessibilidade, contendo plataformas para pessoas em cadeiras de rodas.

 

Especialista em conduzir turistas, Cestari afirma que uma cidade do Brasil se mostra preocupada com a acessibilidade: Socorro/SP. “Deve ser a cidade mais preparada para receber essas pessoas e também a cidade de Caxias do Sul (RS), por meio da Secretaria de Turismo, que está tendo muito interesse em fazer uma cidade receptiva para esse publico residente e o turista/passageiro”, afirma. Para a Copa, ele sugere que deveria haver uma secretaria exclusiva para cuidar da acessibilidade, que recebesse os turistas nas cidades em que ocorrerão treinos e jogos e que o responsável fosse uma pessoa com deficiência: “pois somente ela sabe das dificuldades”.


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Comentários

Andre de Oliveira - 08 de Julho de 2012 às 20:14 Positivo 0 Negativo 0

Aqui no Rio temos um serviço de táxi exclusivo com veiculos preparados para cadeirantes, são todos fiat doblô adaptados com elevadores e teto mais alto. O passageiro vai sentado em sua própria cadeira e o preço é apenas um pouco mais elevado.

Marinaldo Gomes - 08 de Julho de 2012 às 10:41 Positivo 0 Negativo 0

Penso da mesma forma, porem, aqui no Rio exista leis municipais que impedem o taxi de parar para tripular em varias areas da Cidade, reconheço que leis federais protejem os deficientes, porem, ao tripular os guardas multan s/ chançe de defesa p. taxi

Marinaldo Gomes - 08 de Julho de 2012 às 10:40 Positivo 0 Negativo 0

Penso da mesma forma, porem, aqui no Rio exista leis municipais que impedem o taxi de parar para tripular em varias areas da Cidade, reconheço que leis federais protejem os deficientes, porem, ao tripular os guardas multan s/ chançe de defesa p. taxi

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