"Quer ajudar o meio ambiente? Use menos o seu automóvel", orienta especialista

"A resposta da mobilidade não é ou o carro ou o metrô. Na verdade, a estratégia é buscar meios inteligentes e integrados", declarou Jaime Lerner

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Fonte: CicloVivo  |  Autor: Gabriel Felix  |  Postado em: 16 de setembro de 2013

O ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner

O ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner

créditos: Divulgação

 

Responsável por boa parte das obras de desenvolvimento urbano e sustentável do Paraná, o ex-prefeito de Curitiba, ex-governador paranaense e arquiteto Jaime Lerner orientou as pessoas a usarem menos os seus carros e apontou os principais desafios a serem vencidos para transformar a mobilidade nos grandes centros urbanos. "Quer ajudar o meio ambiente? Use menos o seu automóvel", afirmou o especialista durante um evento, em que também ressaltou a importância do uso de diferentes meios de transporte para reforçar a sustentabilidade e a convivência entre as pessoas.

 

"A resposta da mobilidade não é ou o carro ou o metrô. Na verdade, a estratégia é buscar meios inteligentes e integrados", declarou Lerner durante o 1º Encontro de Mobilidade Urbana Sustentável, realizado na última terça-feira (10), em São Paulo. O especialista também destacou que um dos principais desafios para a mobilidade nas metrópoles é a distância entre a moradia das pessoas, o trabalho e os pontos de lazer e interesses.

 

Ao longo do evento, Lerner, que participou ativamente do planejamento da estrutura de mobilidade urbana sustentável de Curitiba, relembrou os efeitos negativos causados pelo trânsito, sobretudo pelo uso de automóveis, recentemente considerados como a pior e mais cara alternativa de transporte na capital paulista. Mas, para o arquiteto, só vai reduzir o número de carros quando o transporte público for atraente para a sociedade. "Ninguém vai mudar de modal se a alternativa não for melhor. Ninguém muda para pior", acredita Lerner, que estipulou, ainda, que o custo de implantação de 12 mil quilômetros de linhas do sistema BRT (Bus Rapid Transit) em São Paulo demandaria cerca de R$ 60 bilhões.

 

O evento também contou com a presença de Paulo Saldiva, cardiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP. O médico falou sobre os impactos da poluição gerada no trânsito e apontou preocupantes dados sobre a maneira com que a mobilidade urbana vêm afetando a vida dos paulistanos. "Os congestionamentos aumentam em duas vezes e meia o risco de infartos em São Paulo", afirmou.

 

Também fez parte do encontro o engenheiro Paulo Sergio Custódio, diretor do projeto de implantação do BRT em Bogotá, La Paz e Dar Es Salaam, na Tanzânia. Custódio deixou bem claro que acredita na banalização do conceito de mobilidade urbana, e que uma das soluções mais eficientes para o travamento das vias públicas é a cobrança pelo uso das mesmas, por meio do estabelecimento de pedágios urbanos.  

 

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