Os cidadãos ilheenses resolveram “arregaçar as mangas” e, por conta própria, fizeram a demarcação da primeira faixa exclusiva para bicicletas na cidade. A ação ocorreu na madrugada do dia 31 de dezembro. A iniciativa gerou polêmica na região.
Ao que tudo indica, a ação foi considerada "vandalismo" por parte da prefeitura. Por não ter autorização e ser considerada irregular, a administração municipal informou nesta quarta (8) que a ciclofaixa será apagada. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Isaac Albagli, disse que o líder da ação foi notificado e que será multado em dez salários mínimos, além de ações penais e criminais.
O trecho inicial foi pintado das proximidades do posto situado na avenida Lomanto Júnior, no Pontal, até a entrada para a Sapetinga. Muitos apoiaram a iniciativa, outros a trataram como irresponsável e perigosa. O secretário também informou que o município deve ser contemplado com uma nova ciclofaixa em breve.
Em Curitiba
Caso parecido ocorreu em Curitiba, em 2007, como a Gazeta do Povo noticiou. Na época, alguns cicloativistas pintaram uma ciclofaixa simbólica na Rua Augusto Stresser, em protesto, no Dia Mundial Sem Carro. A prefeitura de Curitiba impôs ao grupo uma multa de R$ 750, acusando-os de crime ambiental e pichação.
A sentença ao caso, dada em 2012, "declarou nulo o auto de infração com base na não previsão legal da conduta, determinando, consequentemente, a exclusão da multa aplicada, por considerar que a ação dos ciclistas não se enquadra na lei municipal 8.984/96 que tipifica os crimes de pichação e crime ambiental."
Os cicloativistas que participaram do protesto acreditam que a pintura da ciclofaixa foi um ato que realizou o que a própria Prefeitura deveria ter feito por iniciativa própria, cumprindo, assim, o Código de Trânsito Brasileiro.
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