Manaus recebe novo modelo de calçada, após ser considerada a pior do Brasil

Calçadas com três metros de largura e guarda-corpo, com paisagismo e mobiliário urbano, compõem o novo tipo de estrutura

Notícias
 

Fonte: D24am  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 20 de janeiro de 2014

Calçadas obstruídas por vendedores ambulantes

Calçada obstruída por ambulantes

créditos: Eraldo Lopes

 

Dois anos após Manaus ser considerada, segundo o Estudo da Campanha Calçadas do Brasil, realizado pelo Mobilize Brasil, como a capital com a pior calçada do País, com uma média de 3,6 em uma escala de zero a dez, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh) anuncia que a Avenida Djalma Batista será a primeira via a usar o modelo de padronização de calçadas elaborado pelo órgão. Calçadas com três metros de largura e guarda-corpo compõem o novo tipo de estrutura.

 

De acordo com a Seminfh, até a última sexta-feira (17), 60 km de calçadas já haviam sido revitalizadas, na capital. A previsão é de que, até abril, todas as vias que compõem o quadrilátero da Copa do Mundo de Futebol recebam novas calçadas, totalizando 120 km, nos dois sentidos.

 

Para 2014, a previsão é de que 120 km de novas calçadas sejam construídos, com o padrão de 2 metros de largura.

 

Na Avenida Djalma Batista, zona centro-sul, as obras, orçadas em R$ 41 milhões e iniciadas em agosto do ano passado, têm como proposta ofertar ao pedestre calçadas com nova iluminação, lixeiras, mobiliários urbanos, paisagismo, sinalização padrão e acessibilidade.

 

“A intervenção dos pavimentos vai ser semelhante ao que estamos fazendo nas principais avenidas. Agora o que vai destacar a avenida vai ser a calçada que vai ter um nível de mobilidade maior, uma largura de três metros, dos dois lados e por toda a extensão da avenida”, informou, na época, o diretor da Seminfh, Antônio Nelson.

 

Segundo dados do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), 115 readequações de calçadas foram detectadas, na Avenida Djalma Batista, a maioria referente ao comércio.

 

A requalificação da Avenida Getúlio Vargas e da Orla da Manaus Moderna, esta última ainda não iniciada, também compõe o leque de ações adotadas pelo poder municipal para melhorar a qualidade dos logradouros públicos.

 

Com a requalificação iniciada em julho de 2013, o espaço deve apresentar aos turistas calçadas novas, paisagismo e mobiliários urbanos dentro do estilo clássico.

 

Paradas de ônibus, lixeiras, luminárias, placas de identificação de ruas e avenidas, assim como sinalização de trânsito também fazem parte do projeto. Os deficientes visuais contarão com piso tátil, na cor amarela, conforme requisitos de mobilidade.

 

Na Orla da Manaus Moderna, com as obras cotadas para iniciar ainda em 2013, prevê calçadas mais amplas, nova iluminação e guarda-corpo, faixas de pedestres com ponto de travessia elevado, quiosques para venda de passagens e melhorias na infraestrutura de modo geral, com investimentos da ordem de R$ 1 milhão.

 

A região será alvo ainda do PAC Cidades Históricas, com o projeto Entorno do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, que prevê recuperação de pavimentação, acessibilidade, iluminação, sinalização, mobiliário urbano e paisagismo para a Avenida Manaus Moderna e Praça do Mercado, além das ruas dos Barés, Barão de São Domingos e Miranda Leão. Os recursos do PAC foram aprovados pelo Governo Federal e Manaus teve as 10 propostas apresentadas incluídas, somando investimento de R$ 34 milhões no Centro Histórico.

 

“Não será uma mudança significativa em termos de obra, mas em termos do usuário será bastante percebida”, informou o diretor-presidente do Implurb, Roberto Moita.

 

O reordenamento inclui, ainda, mudanças no trânsito, avaliadas pelo Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans). A área próxima do rio será exclusiva para carga e descarga, não sendo permitido estacionamento, nem ponto de táxi ou táxi-frete. Todo o trecho direito, do lado da feira, terá pontos de estacionamento e locais definidos para fazer paradas e abastecimento do mercado.

 

Largas e protegidas

O Relatório Calçadas do Brasil diz que todas as calçadas devem ser suficientemente largas e, sempre que possível, protegidas por arborização para conforto de quem anda sob o sol, assim como, bem iluminadas, para quem caminha à noite.

 

A presença de vendedores ambulantes ocupando o espaço destinado aos pedestres - considerada o principal problema de Manaus - assim como calçadas estreitas e sem rampas de acessibilidade estiveram entre os pontos que mais embasaram a classificação atribuída à capital amazonense, sendo identificadas em todas as vias.

 

Das áreas avaliadas, a Avenida Mário Ipiranga Monteiro, zona centro-sul, uma das principais da cidade, foi a que apresentou a pior média com 1,88, seguida pela Av. Eduardo Ribeiro (2,25), Rua Manaus Moderna (2,88), Av. Sete de Setembro (3,38), Av. Djalma Batista (5,38) e Rua Rui Barroso (5,88).

 

Irregularidades no piso, largura mínima (de 1,20 metro), degraus dificultando a circulação, obstáculos (como postes, telefones públicos, lixeiras, bancas de ambulantes e de jornais, entulhos etc), assim como a existência de rampas de acessibilidade, iluminação adequada da calçada, sinalização para pedestres e paisagismo para proteção e conforto foram os critérios analisados.

 

Na pesquisa publicada em abril de 2012, Obstáculos (0,6) e Irregularidades do Piso (1,83) despontaram como os dois principais problemas observados, em Manaus, rendendo cinco e quatro notas zero, respectivamente.

 

Dos critérios avaliados, Largura (6), Iluminação (6) e Sinalização (5,3) apresentaram as melhores pontuações.

 

Além de Manaus, o levantamento ‘Calçadas do Brasil’ também verificou a situação dos logradouros em capitais como Fortaleza, a melhor colocada, com média geral 7,6, Belo Horizonte (7,05), Curitiba (6,83), Porto Alegre (6,60), São Paulo (6,32), Goiânia (6,13), Brasília (5,98), Natal (5,08), Recife (4,95), Salvador (4,61) e Rio de Janeiro (4,5).

 

Os números

1 - Av. Mário Ipiranga Monteiro: 1,88

2- Av. Eduardo Ribeiro: 2,25

3- Rua Manaus Moderna: 2,88

4- Av. 7 de Setembro: 3,38

5- Av. Djalma Batista: 5,38

6- Rua Barroso: 5,88

 

Leia também:

A triste condição das calçadas de Manaus 

Calçadas de Manaus estão tomadas por camelôs há décadas 

Estudo avalia as calçadas de Manaus e de outras 11 capitais brasileiras 


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário