Políticas de transporte público e eficiência energética elevariam PIB global a US$ 2,6 tri/ano, diz Banco Mundial

Relatório do banco conclui que, além de ajudar a economia, ao adotarem políticas climáticas governos conseguiriam reduzir emissões de carbono

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Fonte: G1 / Reuters  |  Autor: G1  |  Postado em: 25 de junho de 2014

Menos emissões evitariam calamidades como na China

Menos emissões evitariam calamidades como na China em 2013

créditos: Reuters/China Daily

 

A produção econômica global poderá aumentar em até US$ 2,6 trilhões adicionais por ano, ou 2,2%, até 2030 se as políticas governamentais melhorarem o transporte público, a eficiência energética e a gestão de resíduos, de acordo com relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira (24).

 

O relatório, produzido com o grupo filantrópico Fundação ClimateWorks, analisou os benefícios de políticas ambiciosas para reduzir as emissões provenientes dos transportes, da indústria e da construção, bem como resíduos e combustíveis em Brasil, China, Índia, México, Estados Unidos e União Europeia.

 

O documento concluiu que uma mudança para um sistema de transporte de baixa emissão de carbono e a melhoria da eficiência energética em fábricas, edifícios e aparelhos poderiam aumentar o crescimento global do Produto Interno Bruto (PIB) em US$ 1,8 trilhão adicionais, ou 1,5%, por ano até 2030.

 

Se o financiamento e o investimento em tecnologia aumentarem, o PIB global poderá crescer US$ 2,6 trilhões adicionais, ou 2,2%, por ano até 2030, disse o Banco Mundial.

 

Menos emissões

Políticas climáticas também poderão evitar pelo menos 94 mil mortes prematuras por ano provocadas por doenças relacionadas à poluição até 2030, melhorar a produtividade das lavouras e evitar a emissão de 8,5 bilhões de toneladas métricas de gases do efeito estufa, o mesmo que tirar cerca de 2 bilhões de carros das ruas.

 

Por exemplo, se a China implantar 70 milhões de fogões de baixa emissão de carbono, a ação poderia evitar cerca de 1 milhão de mortes prematuras devido à poluição e gerar quase 11 bilhões de dólares em benefícios econômicos, segundo o relatório.

 

"Essas intervenções deveriam parecer óbvias para os governos de todo o mundo", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, a repórteres em uma teleconferência. 

 

"O relatório remove outra barreira falsa, outro falso argumento para não tomar medidas contra a mudança climática", acrescentou Kim. Em março, um relatório elaborado por um painel de cientistas da ONU projetou que os efeitos do aquecimento global poderiam reduzir a produção econômica global entre 0,2% e 2% ao ano ao prejudicar a saúde humana, interromper o abastecimento de água e aumentar o nível do mar.

 

No entanto, muitos países acreditam que esse cenário é subestimado porque exclui os riscos de mudanças catastróficas, como o derretimento do gelo da Groenlândia e o colapso dos recifes de coral que podem causar perdas econômicas generalizadas.

 

Conferência de chefes de estado

Para acelerar as ações sobre as mudanças climáticas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convidou os chefes de Estado, governos, empresas e sociedade civil para uma cúpula do clima em 23 de setembro, em Nova York.

 

O encontro tem como objetivo fomentar o progresso no sentido de obter um acordo até o fim de 2015 que obrigue todos os países a reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

 

O avanço das negociações é lento. Uma cúpula preliminar da ONU em Bonn, na Alemanha, no início do mês, só conseguiu dar passos hesitantes em direção a um acordo.

 

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