Pesquisa aponta Florianópolis com a pior mobilidade urbana do Brasil

Florianópolis tem o segundo pior índice de mobilidade do mundo e o deslocamento mais complicado entre 21 das principais capitais brasileiras

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Fonte: Correio da Ilha  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 30 de junho de 2014

Trânsito em Florianópolis

Trânsito em Florianópolis

créditos: Reprodução

 

A conclusão está em estudo desenvolvido pelo pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Valério Medeiros.

 

Medeiros avaliou como a forma das cidades condiciona a mobilidade. A partir da identificação de rotas em que é possível a passagem de veículos, o pesquisador calculou o chamado “valor de integração” de cada cidade, com o auxílio de um software. Foram levadas em consideração a organização e a conexão das ruas.

 

Para descobrir como o traçado e a disposição das ruas afetam a mobilidade e a dinâmica socioeconômica, o arquiteto Valério Medeiros decidiu analisar o desenho viário de cidades no Brasil e em outros lugares do mundo.

 

Com o auxílio de um software, o pesquisador conseguiu avaliar em que medida o traçado de ruas e avenidas facilita – ou dificulta – o deslocamento das pessoas.

 

O método parece simples. Primeiro, o eixo das vias é marcado nos mapas para identificar trajetos e, depois, é calculado o índice chamado ‘valor de integração’ que leva em consideração aspectos, como quantidade de cruzamentos, desenho das ruas e posição delas na cidade para medir a conexão dos espaços. “O grau de labirintismo nas cidades brasileiras é maior do que nas cidades árabes”, surpreendeu-se Medeiros.

 

Ainda segundo Medeiros, cidades com baixo nível de integração espacial tendem a enfrentar problemas, como maior disparidade social, transporte caro e queda no nível de produtividade. Isso porque se gasta mais tempo no deslocamento do que na geração de riquezas.

 

“O resultado são as várias crises urbanas que vemos hoje”, acredita. Para ele, é preciso respeitar eixos de expansão e crescimento e articular os novos bairros com a cidade pré-existente. “Transporte público mais eficiente deve ser implantado se não for possível abrir vias que integrem a cidade", diz.

 

A pesquisa

No primeiro momento, os dados levantados foram das cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Na sequência, os dados foram confrontados com os obtidos em 164 cidades do mundo. A comparação foi feita na Universidade de Londres, onde a forma de abordagem do estudo foi criada.

 

Quanto menor o valor do índice de mobilidade, mais labiríntica a cidade e, consequentemente, mais difícil o deslocamento de carro. Com a pontuação de 0,199, Florianópolis ficou bem à frente da segunda colocada, Rio de Janeiro, com 0,303. Porto Velho foi considerada a capital do Brasil com melhor mobilidade, com índice 1,458. No mundo, Florianópolis só perde para a cidade de Phuket, na Tailândia.

 

Posição do IPUF

O presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Átila Rocha, ainda não conheceu detalhes da pesquisa, mas acredita que as conclusões tenham que ser analisadas com cuidado. "A princípio me parece exagerado. A gente sabe que tem cidades do mundo e do Brasil com sistema de tráfego bastante complicado. Mas não resta dúvida de que temos sérios problemas de mobilidade urbana, que exigem planejamento e obras para que se consiga dar vazão ao fluxo que já temos", esclarece.

 

Com informações de UnB e DC


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