Dos 50 ônibus de São Roque (SP), 38 não possuem plataforma elevatória ou rampa móvel

Decreto Federal em vigor desde dezembro de 2014 garante o acesso. Apesar das placas indicando acessibilidade espalhadas pelos veículos, poucos tem condições necessárias

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Fonte: Cruzeiro do Sul  |  Autor: Rafaela Gonçalves  |  Postado em: 11 de maio de 2015

Sem equipamentos veículos tem adesivo de acessibil

Sem equipamentos veículos tem adesivo de acessibilidade

créditos: Emidio Marques

 

Edina Veloso, 44 anos, é portadora de deficiência física e sempre que precisa se locomover por São Roque, onde mora, tem que pensar nos ônibus que possuem plataforma elevatória ou rampa móvel. O motivo é que, dos 50 ônibus da frota da Viação São Roque, apenas 12 possuem esse tipo de acesso. Edina, porém, não deveria ter essa preocupação, já que o Decreto Federal 5.296, que entrou em vigor em dezembro do ano passado, diz que todos os ônibus do transporte coletivo devem estar acessíveis às pessoas deficientes e com mobilidade reduzida -- idosos, obesos e gestantes

 

Essa realidade, entretanto, não é vista em São Roque. Apesar das placas indicando acessibilidade no vidro parabrisa e ao lado das portas de todos os ônibus, não são todos os veículos do transporte coletivo da cidade que possuem a plataforma elevatória ou rampa móvel. Segundo o gerente da Viação São Roque, Ronaldo da Silva, todos os ônibus da cidade estão regularizados. "No decreto diz que apenas os ônibus fabricados após 2010 devem ter rampas, os demais devem ser acessíveis. E os nossos são. Existe um espaço dentro do ônibus destinados aos deficientes e às gestantes", afirmou. "Os usuários que precisarem de ajuda para subir no ônibus podem pedir auxílio ao motorista ou ao cobrador. Mas está tudo certo", garantiu.

 

Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a prefeitura de São Roque é responsável por fiscalizar a situação dos ônibus. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do poder municipal, mas não obteve respostas. A dona de casa Silvana Oliveira, 63, tem dificuldades para andar e precisa da ajuda de uma bengala para se locomover. Ela reclama da falta de acessibilidade dos ônibus. "O degrau é muito alto. Eu sofro para conseguir subir no ônibus. Não adianta ter só a plaquinha, é preciso ter a rampa", reclamou.

 

Mesmo sem precisar da acessibilidade, o pintor Albano Costa, 48, também não concorda com a situação. "É algo humilhante", disse. A Associação dos Deficientes Físicos da Região de Sorocaba (Aderes), informa que o usuário que se sentir prejudicado deve procurar o Ministério Público para protocolar uma reclamação.

 

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